Se tivéssemos a magia de através de um click deletar o ano de 2014 de nossa memoria em função do vexame histórico da copa do mundo em nossa própria casa, acredito que os amantes do futebol o fariam sem vacilação.
Mas quando ao fechar das cortinas deste teatro esportivo, visualizamos imagens simplesmente espetaculares de um verdadeiro balé sobre gigantes ondas e tubos que se formam e se desfaz como se fossem criadas especialmente para um destemido jovem brasileiro de 20 anos chamado Gabriel Medina, somos obrigados a imediatamente repensar neste delete de 2014.
A final, de maneira inédita em 2014 o Brasil se faz campeão mundial de surf. Um esporte que o profissionalismo encontra-se de maneira embrionária e este título vai ajudar a acelerar o processo de crescimento.
Mas, parece mesmo que 2014 quer insistir nas lembranças negativas. Na semana de tantas expectativas que resultaram na grande conquista do surf brasileiro, o futebol nos traz o que para mim foi a maior decepção dos últimos anos (até mesmo da derrota de 7 x 1 para Alemanha em nossa casa).
Aquela lei que falei e escrevi tantas vezes neste ano que seria a grande virada do futebol brasileiro, tornou-se uma verdadeira piada. Infelizmente tive que utilizar um tempo verbal no passado, pois antes da aprovação da lei retiraram TODOS os critérios que exigiam compromissos dos dirigentes. As dividas serão refinanciadas por 20 anos sem qualquer compromisso por parte dos incompetentes dirigentes deste futebol agonizante. Um verdadeiro assalto sem nenhum compromisso com erário publico. Uma vergonha!
Realmente não seria possível esperar algo de bom do congresso brasileiro, onde a classe politica se encontra para colocar a mesa os seus interesses e de pequenos grupos. Infelizmente ao apagar das luzes, 2014 ainda conseguiu gerar uma decepção desta grandeza. Uma onda de decepção, mas que não apaga o brilho das ondas acariciadas pela prancha de Gabriel Medina.
Que o ano de 2015 seja mais promissor para o futebol brasileiro.
Pelo menos essa é a minha opinião!