Leia esta primeira história pensando na seguinte frase: “Tudo o que nos acontece traz experiência nova ou desenvolve alguma qualidade que nos faltava” (Sakarawa).
Li que, há muitos anos, Tom trabalhava como gerente numa empresa muito preocupada com a educação dos funcionários. Um dia, o executivo principal decidiu que o corpo gerencial de doze pessoas deveria participar de um teste de sobrevivência – atravessando um rio violento e impetuoso.
Foram, então, divididos em três grupos. O grupo A recebeu quatro tambores de óleo vazios, duas grandes toras de madeira, uma pilha de tábuas, um grande rolo de corda grossa e dois remos. O grupo B ficou com dois tambores, uma tora e um rolo de barbante. O grupo C, porém, não recebeu nenhum recurso para cruzar o rio em quatro horas!
Tom teve a sorte de estar no grupo A, que não levou mais de meia hora para construir uma maravilhosa jangada. Um quarto de hora mais tarde, os quatro aliados estavam em segurança e com os pés enxutos no outro lado da margem, observando os outros colegas em suas lutas desesperadas.
O grupo B levou quase duas horas para atravessar. Tom e sua equipe há muito tempo não riam tanto como no momento em que a tora e os dois tambores viraram com os gerentes: financeiro, de computação, de produção e de pessoal. E o melhor ainda estava por vir…
Nem mesmo o ruído das águas era suficiente para sufocar o riso dos oito homens quando o grupo C tentou lutar contra as águas espumantes. Os coitados agarraram-se a um emaranhado de galhos que estava se movendo rapidamente na correnteza e, no auge da ‘diversão’, o grupo bateu num rochedo e perderam todos os galhos!
Somente reunindo as forças que lhe restava, o gerente de logística – último membro do grupo C – conseguiu atingir a margem: todo arranhado, com os óculos quebrados e 200 metros rio abaixo. Foi quando o instrutor do curso se reuniu com os gerentes e perguntou:
– Então, como vocês se sentiram?
O grupo A respondeu em coro:
– Nós vencemos! Nós vencemos!
O instrutor contestou:
– Acho que me entenderam mal! Vocês não foram treinados para vencer uns aos outros, pois a tarefa seria concluída quando ‘os três grupos atravessassem o rio no prazo de quatro horas’! Ninguém pensou em ajuda mútua, nem questionou em dividir os recursos para atingirem uma meta comum? Por serem individualistas, vocês estouraram o tempo de prova e todos perderam com isso!
Foi uma grande lição para os gerentes e, naquele dia, aprenderam muito a respeito de trabalho em equipe com lealdade fraterna. Você concorda que se alguns deles tivessem o costume de ajudar o próximo no dia-a-dia poderiam ter se saído melhor? Bastaria apenas terem colocado em prática a virtude da caridade e todos atravessariam juntos!
Eu sempre insisto que temos que ser a mesma pessoa em qualquer situação: na igreja, no trabalho, na sociedade, na família etc.; caso contrário, não podemos dizer que temos uma só personalidade. Os dons que recebemos no batismo – fé, esperança e caridade – devem nos acompanhar constantemente para que o Espírito Santo se manifeste a todo instante.
Agora, antes da próxima história, reflita nisto: “Para lidar consigo mesmo, use a cabeça; para lidar com os outros, use o coração” (Karl Rahner).
Havia uma garotinha que gostava de passear pelos jardins. Um dia, viu uma borboleta espetada no espinho de uma roseira e, muito cuidadosamente, soltou a borboleta encantada, que lhe disse: ‘Por sua bondade, vou conceder-lhe seu maior desejo’. A garotinha pensou por um momento e pediu: ‘Quero ser muito feliz’. A borboleta, então, aproximou-se dela, sussurrou algo em seu ouvido e desapareceu subitamente.
A garota cresceu e ninguém na terra era mais feliz que ela. Sempre que alguém lhe perguntava sobre o segredo de tanta felicidade, ela somente sorria e respondia: ‘Soltei a borboleta e ela me ensinou a ser feliz’.
Quando ficou bem velha, os vizinhos temeram que o segredo fabuloso pudesse morrer com ela e imploraram: ‘Diga-nos, por favor, o que a fada lhe disse?’ A amável velhinha novamente sorriu e revelou: ‘Ela disse que todas as pessoas, por mais seguras que pudessem parecer, precisariam muito da minha alegria!’
Portanto, não se esqueça: ‘Quando você estende a mão a alguém, por menor que seja a ajuda, também está liberando felicidade para a sua vida. Mas, se você só quer receber, a felicidade eterna nunca lhe baterá à porta’.
E, concluindo, ainda há um último aspecto a considerar: falar de pessoas que ficam remoendo o triste passado e nada fazem para melhorar. A nossa Igreja está precisando muito de fiéis comprometidos com a evangelização do povo e não podemos ‘nos dar ao luxo’ de nos isolarmos dos mais necessitados. Faço minhas as palavras de Luiz Boudakian: “Não chore por as coisas terem terminado; sorria porque elas existiram!”
Resumindo, para ajudar o próximo é necessário: trabalho em equipe, alegria no coração e confiança num futuro melhor. Assim, com certeza, o fim sempre justificará os meios – foi isso que Jesus Cristo nos ensinou… ou não teria morrido na Cruz!
Por Ø Paulo R. Labegalini
Cursilhista e Ovisista. Vicentino em Itajubá. Engenheiro civil e professor doutor do Instituto Federal Sul de Minas (Pouso Alegre – MG).
Livros do autor:
1. Gotas de Espiritualidade – Editora Bookba (à venda na Amazon, Americanas, Shoptime, Magalu…)
2. Pegadas na Areia – Editora Prismas / Editora Appris
3. Histórias Infantis Educativas – Editora Cléofas
4. Histórias Cristãs – Editora Raboni
5. O Mendigo e o Padeiro – Editora Paco
6. A Arte de Aprender Bem – Editora Paco
7. Minha Vida de Milagres – Editora Santuário
8. Administração do Tempo – Editora Ideias e Letras
9. Mensagens que Agradam o Coração – Editora Vozes
10. Projetos Mecânicos das Linhas Aéreas de Transmissão (coautor) – Editora Edgard Blücher
11. Mecânica Geral – Estática (coautor) – Editora Interciência