A Arte nos comove, gosto dessa frase porque só de dizer isso, já me sinto comovida. Por que nos comove? Porque o artista nos faz relembrar uma linguagem interior que já conhecíamos, mas sempre nos esquecemos. Ela nos seduz, seja pela expressividade dos elementos em uma pintura ou escultura ou pelas palavras de um poema ou um romance que nos marca para sempre. Freud dizia que a criação artística alivia nosso sofrimento causado pelo mal estar na civilização, pela nossa dificuldade nos relacionamentos humanos. Então poderia ser isso, uma válvula de escape do caótico e belo mundo em que estamos inseridos. Pois arte pode não ser essencial, mas uma escapadela desses terríveis dias automatizados nos faz muito bem.
Bom, mas a arte envolve o artista criador e o amador que admira as obras. Nem todos são artistas porque expressar-se poeticamente é dom, seja em qualquer forma artística. Tolstoi dizia que a única maneira de transmitir suas emoções aos outros era transformando-as em uma obra de arte, e também dizia que a arte é uma atividade espiritual que amplia o horizonte humano e faz-nos ver o que não havíamos visto antes. Lindo, não é? O grande escritor admitia ser uma pessoa profundamente perturbada por sentimentos intensos provocados pela música. E, sendo um artista tão sensível ele foi arrebatado pela Sonata a Kreutzer de Beethoven o que resultou num romance incrível do mesmo nome. Coisas de artista!
A Arte também nos torna pessoas melhores porque refina nossos sentimentos, muda nosso olhar diante de nossos próprios sofrimentos e dos outros, nos faz mais intuitivos, compreensivos e sensíveis, além de nos proporcionar um imenso prazer. Depois de tudo que foi dito, alguém poderá argumentar que arte não é essencial? Ora, o espírito também não sobrevive sem alimentos!