Eis uma história que faz parte das palestras que ministro sobre administração do tempo.
Um homem queria se casar com uma mulher perfeita. Anos se passaram e essa pessoa não aparecia; então, ele resolveu viajar o mundo à procura de sua futura esposa. Na Espanha, encontrou uma jovem fisicamente perfeita, mas não tão bonita interiormente. Na Grécia, a cultura de uma outra o impressionou, mas sua plástica não era tão bela.
Somente após procurar anos e anos, ele conheceu na Índia a tão sonhada mulher perfeita. Era linda por fora e por dentro, também era muito alegre e caridosa, enfim, tudo aquilo que ele imaginava encontrar numa só pessoa. Ao lhe propor casamento, ela não aceitou porque disse que só se casaria no dia em que encontrasse o homem perfeito… E continuam solteiros!
Conto isso para concluir que o critério de perfeição é muito subjetivo. Quando tentamos administrar o tempo, normalmente não conseguimos cumprir um planejamento de atividades diárias exatamente como foi elaborado porque nem tudo está sob o nosso controle. Perfeito mesmo, só Deus!
Logicamente que toda atividade que estabelecemos prioridade máxima tem muita chance de se realizar. Servir o próximo, por exemplo, é prioritário para você? Infelizmente, não é somente a moedinha que colocamos na coleta da missa que vai mudar a vida de alguém, mas principalmente a nossa disponibilidade à caridade. Ou amamos sem exclusão, ou o Plano de Deus não se realizará na Terra!
Outra história diz que dois amigos vinham do trabalho caminhando por uma estrada de terra quando viram um grão de milho à frente. Surpreso com o fato, um deles comentou:
– Veja, encontramos a nossa mina de ouro! Se plantarmos este grão, nascerá um pé de milho; debulhando as espigas e voltando a plantar, teremos uma roça de milho; depois, debulhando novamente todas as espigas e plantando, teremos uma lavoura de milho e seremos grandes produtores!
– Puxa, como você é esperto! – respondeu o outro. – Mas não quero ser seu sócio porque não gosto da sua ganância. Assim que crescer o primeiro pé de milho, quero pegar as minhas espigas e cuidar da minha roça sozinho.
– Ah, é assim que você me agradece? Então, vamos fazer um contrato para não deixar dúvidas da parte de cada um. E também não aceito plantar este milho no seu quintal porque não sei se vai cuidar bem do nosso investimento.
Enquanto a discussão prosseguia, uma galinha passou por eles e comeu o milho!
Veja, podemos imaginar o grão como sendo as oportunidades que temos na vida e a galinha representando o tempo. Se não aproveitarmos cada boa oportunidade na hora certa, o tempo a levará embora. Por isso, é importante nos conscientizarmos que: as nossas lembranças ficaram no passado, as nossas esperanças estão no futuro, mas todas as oportunidades sempre estarão no presente. Quem não servir a Deus hoje, perderá mais uma grande oportunidade de se aproximar do Céu. Como caridade é um gesto de amor, quanto mais você rezar o terço e refletir os Evangelhos, melhor preparado estará o seu coração.
Se tanta gente ajuda tanta gente em tantas oportunidades, dá para administrar o tempo e fazer a sua parte, concorda? Porém, nem toda oportunidade deve ser aproveitada sem medir as consequências. Há casos que nos trazem muita satisfação, mas são bloqueadores da nossa salvação, como este exemplo:
O marido disse à esposa:
– Meu bem, ao invés de irmos à missa, vamos pegar um cineminha?
Ela respondeu:
– Não!
E foram felizes para sempre.
Ø Paulo R. Labegalini
Cursilhista e Ovisista. Vicentino em Itajubá. Engenheiro civil e professor doutor do Instituto Federal Sul de Minas (Pouso Alegre – MG).