Ele era devoto de Nossa Senhora, assistia missa aos domingos e, temente a Deus, nunca blasfemou diante das dificuldades que enfrentou. Foi um marido exemplar, um ótimo pai e sempre cumpriu as suas obrigações sociais e fiscais com honestidade. Seus filhos – eu e minha irmã -, receberam os nomes abençoados de Paulo e Maria. Sua esposa, até hoje persevera na religião católica com uma fé invejável e inabalável. Nunca foi rico, mas sempre teve o suficiente para conduzir a sua família nos caminhos do bem, da verdade e do amor.
Quem acredita apenas em coincidências, não irá se convencer que meu pai nasceu e morreu em datas especiais e que, também por isso, teve uma proteção maior de Deus desde a sua concepção; contudo, nós que testemunhamos dia-a-dia a providência Divina na vida das pessoas, sabemos que toda fé tem uma história e, algumas, removem montanhas!
Como essa fé veio de meus avós-paternos – que também eram católicos fervorosos -, com certeza, cada Ave-Maria rezada em família contribuiu para santificar a vida de meu pai desde o dia em que nasceu até a sua boa morte.
Pensando, agora, na família de minha mãe, recordo que meus avós viviam num lar aconchegante e iluminado pelo Espírito Santo. Nas férias, os filhos e netos chegavam de mala e cuia para ficarem meses comendo e bebendo à vontade, e, eles, sempre trabalhando e acolhendo a todos com muito amor.
Minha avó-materna, que viveu 94 anos, rezava vários terços e assistia missa diariamente pela televisão! Era uma criatura adorável que merecia a graça de Deus, vendo todos os seus filhos indo à igreja, rezando e dignificando o berço católico em que nasceram.
Ouvindo esta história, se alguém ainda relutasse em concordar que o exemplo dos pais é fundamental na fé dos filhos, eu diria que desde pequeno gosto de ir à igreja por influência de meus pais. Quando garoto, eu saía das missas dizendo que iria ser padre! Sei que isso não aconteceu porque Deus tinha outros planos pra mim.
Mas, aos quarenta anos de idade – antes tarde do que nunca! – eu aceitei o chamado de Nossa Senhora da Agonia e passei a me dedicar na construção de seu Santuário, propagar a sua devoção, rezar em comunidade, ajudar os pobres, tocar, cantar, compor, gravar músicas católicas etc. Tive várias provações na vida até ver frutificar a semente cristã que meus pais plantaram em mim.
E, como minha esposa também cresceu na fé católica, nossos filhos amam a nossa Igreja, são devotos da Virgem Maria e rezam para a glória do Reino de Deus no meio de nós. Isso serve para mostrar que a família que persevera unida nos caminhos de Jesus e de Maria Santíssima, estende as graças recebidas por várias gerações.
Eu não tenho dúvida que meu pai e meus avós continuam intercedendo por nós no céu; inclusive, eu alcancei uma graça maravilhosa no dia do aniversário de meu pai! Quem ler o capítulo 20 de São Mateus, compreenderá melhor tudo o que estou afirmando: “Muitos serão os chamados, mas poucos os escolhidos.”
Portanto, quem não conduzir os filhos às suas obrigações cristãs na igreja católica, não poderá reclamar futuramente da vida materialista que eles abraçaram; sobretudo, é injusto não dar a eles a oportunidade de conhecerem Aquele que os criou. No mundo de hoje, com tantos pecados e perigos, ou estamos com Deus ou estamos sem Deus – não há meio termo. E para estarmos com Ele e sua Mãe querida, temos que procurá-los na oração diária do terço, na santa missa, nas obras de caridade e na construção da igreja de pedras – que servirá para fortalecer o Corpo Místico de Jesus Cristo, do qual fazemos parte.
O berço católico que Jesus nasceu está ao alcance de todos nós. Como Ele, podemos ser cuidados por José e Maria, podemos confiar na doutrina da única Igreja que Ele deixou nas mãos de Pedro e podemos evangelizar como seus discípulos bem o fizeram. Tempo e dons para isso Ele nos deu de sobra. Basta apenas querermos.
Paulo R. Labegalini
Vicentino, Ovisista e Cursilhista de Itajubá. Engenheiro civil e professor doutor do Instituto Federal Sul de Minas (Pouso Alegre – MG).