– Mãe, posso lhe perguntar umas coisas?
– Claro! O que está incomodando o meu filhote?
– Por que os camelos têm corcova?
– Bem, meu filhinho, nós somos animais do deserto, precisamos das corcovas para reservar gordura e por isso mesmo sobrevivemos longos períodos sem água nem alimento.
– Certo, e por que nossas pernas são longas e nossas patas arredondadas?
– Filho, certamente elas são assim para nos permitir caminhar no deserto! Sabe, com estas pernas eu posso me movimentar pela areia melhor do que qualquer um!
– E os nossos cílios, por que são tão longos? De vez em quando, eles atrapalham minha visão!
– Meu querido, os cílios longos e grossos são como uma capa de segurança. Eles ajudam na proteção dos seus olhos quando atingidos pela areia e pelo vento do deserto!
– Tá, mas se a corcova é para armazenar gordura enquanto cruzamos o deserto, as pernas para caminhar através do deserto e os cílios são para proteger os olhos da areia do deserto, então, que diabos estão fazendo aqui no zoológico?
Pois é, o que será que a mãe respondeu? Será que o filhote concordaria com a explicação de que fazem parte de um grupo de animais confinados para visitação pública? Naquele local em que se encontravam, as corcovas, por exemplo, perdem a utilidade?
Da mesma forma, quando alguém não coloca a serviço de Deus os dons que recebeu, fica ‘enjaulado’ no mundo materialista, tentando conseguir argumentos para justificar a vida vazia que leva. Uns falam que não têm tempo para participar de reuniões na igreja, outros dizem que rezam em casa e alguns – os piores! – tentam se convencer que não precisam de Deus!
E você, acha que a caridade não precisa ser praticada por todos? Pensa que quando alguém morre por falta de socorro, o problema não é seu? Ninguém diria isso diretamente a Jesus Cristo sabendo que perderia o Céu, não é mesmo?
Em outra história de animais, contam que, certa vez, duas abelhas caíram num copo de leite. A primeira era forte e valente, assim, nadou até a borda, mas como a superfície era muito lisa e ela estava com as asas molhadas, não conseguia sair. Acreditando que não haveria salvação, a abelha desanimou, parou de tentar e afundou.
Sua companheira, apesar de não ser tão forte era tenaz e, por isso, continuou a se debater, a se debater e a se debater por tanto tempo que, aos poucos, o leite ao seu redor, com toda aquela agitação, foi se transformando e formou um pequeno nódulo de manteiga, onde a abelha conseguiu subir e levantar voo para um lugar seguro.
Tempos depois, a mesma abelha tenaz, por descuido, novamente caiu no copo. Como já havia aprendido na vez anterior, começou a se debater na confiança de que, no devido tempo, se salvaria. Outra abelha, vendo a aflição da companheira, pousou na beira do copo e gritou: ‘Há um canudo ali, nade até ele e suba!’. A abelha tenaz não lhe deu ouvidos e, baseando-se na sua experiência de sucesso, continuou a se debater e a se debater até que, exausta, afundou no copo cheio de água.
Se hoje ela estivesse viva, como explicaria a teimosia em não querer subir no canudo? Ah, talvez dissesse que sabia muito bem o que estava fazendo e, por isso, não quis ouvir um conselho amigo. E quantos de nós, baseados em experiências anteriores, deixamos de notar as mudanças no ambiente e ficamos nos esforçando para alcançar os resultados esperados até nos afundarmos na própria falta de visão?
Fazemos isso quando não conseguimos ouvir Jesus nos apontando a solução mais eficaz e, assim, perdemos a oportunidade de renovar nossa vida! Renovar é olhar a situação atual – como se fosse inteiramente diferente de tudo o que já vivemos – e permitir que Deus nos ajude a buscar novas soluções. Simples, não?
Dessa forma, o medo se extingue e toda experiência serve para nos conduzir a uma nova porta aberta: para a conversão que precisamos; para nos motivar a continuarmos buscando a santidade, para a autoestima que nos faz caminhar como filhos do Altíssimo! Quem se reveste com o Espírito Santo, sempre terá um ‘canudo abençoado’ por perto para não se afogar.
E então, você quer ir para o Céu? Quer estar lá ainda hoje? Tudo bem, pode até ser daqui a muito tempo, mas lembre-se: ‘Antes de ter a sua morada no Paraíso, Jesus precisa ter um lugar no seu coração’. Quando Ele habitar em você definitivamente, ninguém mais irá lhe dizer que se parece com um camelo trancado no zoológico ou com uma abelha se afogando num copo d’água.
E se já existe abrigo para o Salvador em você, aleluia! Agora, reze e faça bem feito a sua parte para salvar muitos outros ‘animais domésticos’ que precisam de ajuda.