E quando falamos do tempo cronológico, qualquer instante pode custar caro ou até uma vida! Uns míseros segundos, embora representem quase nada no curso da humanidade, podem mudar o rumo da história! Um exemplo clássico a citar seria a tomada de decisão que, em fração de segundos, pode mudar o ‘sim’ pelo ‘não’, e vice-versa.
Da mesma forma, podemos nos salvar ou nos condenar com um simples ‘sim’ ou ‘não’. Se resolvermos rezar um terço, receberemos graças e evitaremos que coisas ruins aconteçam. Recusando a oração, nunca saberemos o que teríamos evitado. Quem acredita em destino pode achar isso bobagem; eu, porém, como tenho certeza que destino é bobagem, acredito que tudo pode ser mudado pela oração.
Outra reflexão oportuna de se fazer é a seguinte: ‘Você já soube que alguém se ajoelhou e rezou antes de cometer um pecado mortal?’. Pode até já ter ocorrido, mas normalmente caímos em tentação por impulso, tomando a decisão em poucos segundos. Quem já fez a experiência de pedir com fé a ajuda do Espírito Santo antes de errar, pode testemunhar que evitou algum grande mal. Ter paz na vida vale muito mais do que pecar.
Portanto, há coisas pequenas que merecem toda atenção e todo cuidado. Se não fossem duas pequenas lentes bem limpas que usos nos olhos, eu não estaria escrevendo com tranquilidade este artigo. É maravilhoso saber que Deus nos abençoa com o uso de pequenos objetos e nos possibilita participar da vida eterna com pequenas graças a cada hora.
Pena que a maioria das pessoas se desculpe pelos erros e não os repara com atitudes de amor. Quando um jovem é reprovado no vestibular e diz que um simples engano numa questão o deixou fora da universidade, vai à igreja agradecer as questões que acertou? Será que abraça os pais pelo esforço que lhe dispensaram? Muitos, que julgam amargar derrotas, disparam palavrões e ofensas a Deus nos momentos de frustração ao invés de um curto e simples ‘obrigado’.
Adaptando a obra ‘O Pequeno Príncipe’, escrita por Antoine de Saint-Exupery, eis uma história:
– Bom dia! – disse a raposa.
– Bom dia! – respondeu o Príncipe educadamente. – Quem é você que é tão bonita de se olhar?
– Eu sou uma raposa!
– Venha brincar comigo, estou tão triste! – propôs o Príncipe.
– Não posso brincar com você porque não estou cativada.
– O que significa cativar?
– É uma coisa que as pessoas frequentemente negligenciam – disse a raposa. – Significa estabelecer laços. Sim, para mim você é apenas um menininho e eu não tenho necessidade de você. Também não sou mais do que uma raposa para o seu coração; mas, se me cativar, precisaremos um do outro. Por favor, cativa-me!
– O que eu devo fazer para cativar você? – perguntou o Príncipe.
– Primeiro, você vai sentar a uma pequena distância de mim e não vai dizer nada – palavras são fontes de desentendimento. Com paciência, você se sentará um pouco mais perto de mim a cada dia.
Então, o Pequeno Príncipe cativou a raposa até o dia em que partiria daquele lugar.
– Oh! – disse a raposa. – Eu vou chorar.
– A culpa é sua, você mesma quis que eu a cativasse – respondeu ele. – Adeus.
Com lágrimas nos olhos, a raposa falou:
– Vou contar a você um segredo: nós só podemos ver perfeitamente com o coração; o essencial é invisível aos olhos. Os homens têm esquecido esta pequena verdade, mas você não deve esquecê-la. Cada um se torna eternamente responsável por aquilo que cativa.
Pois é, a vida é assim: uns plantam imensas árvores com pequenas sementes, outros derrubam grandes aviões com pequenas bombas. Enquanto isso, o ‘Plano de Amor do Criador’ continua à disposição de toda a humanidade. Para o colocarmos em prática, basta unirmos nosso pequeno coração ao grande e sagrado Coração e nos deixarmos cativar eternamente. O que você diz: sim ou não?