Poucos conteúdos científicos ganham tanto destaque no cotidiano das pessoas como a Macroeconomia. Ao menos uma vez por dia você vê alguma chamada na televisão, jornal ou revista falando, por exemplo, sobre a previsão do crescimento do Produto Interno Bruto (PIB) de um país. Mas por que este conceito é tão comentado e como ele afeta a sua vida? Leia este artigo até o fim e entenda.
O Produto Interno Bruto (PIB) corresponde a soma dos valores de todos os bens e serviços finais produzidos dentro de um país em um determinado período de tempo. Pare para pensar, em todos os processos de produção. Diferentes recursos tiveram que ser utilizados para gerar o bem ou serviço produzido. Por exemplo, para se produzir e vender pães, é necessário alugar um ponto comercial para estabelecer a panificadora, contratar alguns trabalhadores (padeiro, atendentes, etc.), pegar um empréstimo para comprar um forno adequado e, obviamente, administrar o negócio.
No exemplo do pão temos 4 recursos sendo utilizados no processo de produção dos pães, são eles:
Como é de se esperar, todos estes recursos devem ser devidamente remunerados e cada recurso possui uma remuneração específica, seguindo o exemplo da panificadora:
Aqui reside o ponto principal a ser compreendido: A remuneração de cada recurso é a fonte de renda das pessoas. Sendo mais específico, a renda do proprietário do ponto comercial é o aluguel, a renda do trabalhador é o salário, a renda do banco é o juros e, por fim, a renda do dono/administrador do negócio é o lucro.
Dizer que o Produto Interno Bruto (PIB) está crescendo é o mesmo que dizer que os recursos produtivos estão sendo mais remunerados e, desta forma, é o mesmo que dizer que a renda da população como um todo está crescendo. De outro lado, dizer que o Produto Interno Bruto (PIB) está diminuindo é o mesmo que dizer que os recursos estão sendo menos remunerados e, de maneira prática, pontos comerciais estão vagos, trabalhadores estão desempregados e assim por diante, diminuindo a renda da população como um todo.
É por isso que tantas pessoas (economistas ou não) estão sempre tão preocupados com o crescimento no Produto Interno Bruto (PIB), é a partir dessa variável que medimos o crescimento da renda das pessoas e, de certa forma, também conseguimos entender se a qualidade de vida das pessoas está melhorando ou piorando ao longo do tempo.
Como todos já ouviram falar em algum momento, infelizmente o contexto macroeconômico atual do Brasil não é nada bom. Nos últimos anos os brasileiros vêm enfrentando uma crise acentuada e isto pode ser representado pelo mesmo PIB que acabamos de explicar anteriormente.
Como pudemos concluir acima, um contexto macroeconômico pode ser considerado ruim se o Produto Interno Bruto (PIB) estiver apresentando baixas taxas de crescimento, ou mesmo, diminuindo, uma vez que, isto significa que os recursos estão sendo menos remunerados e, desta forma, menor será a renda da população como um todo.
Este é exatamente o caso brasileiro, por exemplo, entre os anos de 2015 à 2016 o Brasil reduziu o seu PIB e entre os anos de 2017 à 2018 o crescimento foi muito baixo, não suficiente para recuperar o que perdemos nos anos anteriores. Agora você já sabe o que isto significa: menos recursos sendo utilizados e remunerados e menor a renda da população brasileira.
Mas vamos entender de maneira prática o que significa a expressão “menos recursos sendo utilizados e remunerados”. No exemplo da padaria vimos que um dos recursos utilizados no processo de produção é genericamente chamado de trabalho e o mesmo vale para o país como um todo. Ao analisarmos o período entre 2015 à 2018 em que o PIB foi baixo também poderemos constatar que a taxa de desocupação (população desempregada em idade de trabalhar e procurando emprego) esteve em altos patamares e hoje corresponde a cerca de 12,7%. Isto significa que cerca de 13,4 milhões de brasileiros não estão conseguindo emprego. É isto que queremos dizer com a frase “menos recursos sendo utilizados e remunerados”.
A situação é grave ao ponto de 4,8 milhões de brasileiros estarem desalentados, isto é, não estarem sequer procurando emprego por acharem que não conseguirão, visto que, o Brasil não está recuperando o seu nível de produção.
Mas esta conjuntura de diminuição da renda dos brasileiros devido ao péssimo desempenho do Produto Interno Bruto (PIB) pode ser ainda pior. Algumas dessas pessoas que estão desocupadas contrataram uma série de empréstimos anteriores a este cenário de crise e, se antes elas estavam endividadas, agora sem emprego elas estão inadimplentes. Já comentamos em coluna anterior que o nível de inadimplência no Brasil chegou a patamares muito altos no ano de 2019, em números, aproximadamente 63 milhões de brasileiros.
Esta situação difícil para as famílias brasileiras acaba influenciando o desempenho das empresas que veem seus faturamentos diminuírem sistematicamente. Este péssimo resultado financeiro das empresas acaba gerando a mesma consequência, isto é, aumento das dívidas e até mesmo aumento da inadimplência das empresas com fornecedores e bancos. Este cenário reduz ainda mais o nível de produção.
Não existe mágica para sair de um contexto macroeconômico grave como este, alguns procedimentos podem te ajudar a passar por este ciclo de baixa de maneira estratégica, em especial: planejamento financeiro e controle de gastos. Já demos algumas dicas um pouco mais aprofundadas nos painéis anteriores, tanto para famílias, quanto para empresas, acesse:
Dicas para as famílias:
https://www.youtube.com/watch?v=GXTPcEgzyxY&feature=youtu.be
https://www.youtube.com/watch?v=ZufnkMYR83g&feature=youtu.be
Dicas para as empresas:
https://www.youtube.com/watch?v=aUB-TD1P9mk&feature=youtu.be
O painel de educação financeira é uma parceria do programa Conexão Itajubá com o Grupo Denarius da Universidade Federal de Itajubá (UNIFEI).
https://www.facebook.com/denarius.unifei/
Apoiadores:
Central Solar Soluções em Energia: https://www.facebook.com/centralsolarsolucoes/
(35) 99117-2459
Coluna do Prof. Dr. André Luiz Medeiros juntamente com Prof. Dr. Moisés Diniz Vassallo
Ambos do Grupo DENARIUS – Núcleo de Pesquisa e Desenvolvimento em Educação Financeira
Instituto de Engenharia de Produção e Gestão (IEPG)
Universidade Federal de Itajubá (UNIFEI).
A coluna tem o objetivo de tratar de tema altamente relevante que orienta às pessoas no controle de seus gastos ao mesmo tempo que ensina a administrar seu orçamento doméstico. Confira os artigos da coluna “Educação Financeira e Cidadania”