O Conselho de Ética do Senado definiu nesta quinta-feira (10) as datas dos depoimentos de defesa e de acusação no processo que investiga as relações do senador Demóstenes Torres (ex-DEM-GO) com Carlos Augusto Ramos, o Carlinhos Cachoeira -preso desde fevereiro por um esquema de jogos ilegais e outros crimes.
Demóstenes será ouvido no dia 28, às 18h, enquanto Cachoeira é esperado a depor no dia 23, às 14h.
Os primeiros depoimentos serão no dia 15, às 9h, quando irão falar os delegados da Polícia Federal Raul Alexandre Marques Sousa (responsável pela Operação Vegas) e Matheus Mella Rodrigues (da Operação Monte Carlo). As duas operações investigaram o suposto esquema de Cachoeira e sua relação com parlamentares e agentes públicos.
No segundo dia, 16, às 14h, falarão os procuradores da República responsáveis pela Operação Monte Carlo, Daniel de Rezende Salgado e Lea Batista de Oliveira. No dia 22, às 9h, é a vez do advogado Ruy Cruvinel prestar esclarecimento – ele foi chamado pela defesa de Demóstenes.
A exemplo do que foi feito na CPI do Cachoeira, instalada no Congresso, as sessões com os delegados e procuradores serão a portas fechadas.
“[As sessões fechadas] são uma demanda deles próprios [depoentes]. Não é uma decisão do Conselho de Ética nem tem o objetivo de impedir que a imprensa tenha acesso. É que todos eles estão preocupados com a possibilidade de serem processados por violação de sigilo funcional”, afirmou o relator do caso, senador Humberto Costa (PT-PE).
Acessos
O conselho também aprovou na quinta-feira (10) requerimentos que pedem o acesso às gravações das conversas telefônicas entre Cachoeira e Demóstenes feitas no aparelho Nextel dado pelo bicheiro ao senador e em outros telefones.
O conselho pedirá ainda à presidência do Senado uma lista dos registros de entrada e movimentações de Cachoeira, Gleyb Ferreira da Cruz, Geovani Pereira da Silva e Idalberto Matias de Araújo, o Dadá, nas dependências do Senado -incluindo o gabinete de Demóstenes Torres e a sala da liderança de seu antigo partido, o DEM- de fevereiro de 2003 a março de 2012.
Deverão ser encaminhadas ao conselho, a pedido de requerimento do PSOL, as prestações de contas do senador -com as declarações de imposto de renda dele e de sua mulher-, as informações sobre o financiamento da campanha dele ao Senado, em 2002, ao governo de Goiás, em 2006, e novamente ao Senado, em 2010.
As empresas Voar Táxi Aéreo Ltda. e Sete Táxi Aéreo Ltda. também deverão entregar ao conselho informações sobre a prestação de serviços e autoria dos pagamentos em viagens feitas pelo senador no período de agosto de 2002 a março de 2012.
Fonte: Portal Imprensa