Houve uma modificação nas atribuições da antiga DAFDEMA que também trabalhava com armas de fogo e crimes contra administração pública. A atual Delegacia Adjunta de Defraudações e Meio Ambiente (DADEMA) ficou apenas com a parte de fraudes e meio ambiente, sendo a questão da falsificação de documentos responsável pelas ocorrências mais trabalhosas, conta a Delegada Titular da Delegacia Adjunta de Defraudações e Meio Ambiente Dra. Renata Garcia-Moreno.
A falsificação de documentos públicos e o uso de documentos falsos foram causa de muitas prisões em flagrante, no entanto, com a prisão do principal alvo, responsável pela falsificação e comercialização dos documentos, o número de ocorrências em Itajubá veio a diminuir, chegando a deixar de existir.
Agora a prioridade da Delegacia são os crimes de estelionato, sendo os golpes mais comuns aqueles aplicados pelo telefone. Normalmente o cartão de crédito da vítima é clonado e, através deste cartão, começa-se a criar dívidas em seu nome. A pessoa só descobre quando o SPC/SERASA liga informando que seu nome foi negativado.
Os cartões são clonados em máquinas equipadas com a tecnologia necessária, mas basta que a pessoa, por descuido, forneça seus dados pessoais como agência e senha para que produza um clone daquele cartão de crédito. Esse é um crime difícil de apurar e o simples clone do cartão, principalmente se tiver também a senha ou CPF, basta para que o golpista consiga acessar a conta da vítima.
Outro golpe muito comum acontece quando o golpista liga para a vítima falando que o filho foi sequestrado ou que um membro da família sofreu um acidente. Nesses casos é preciso que a vítima fique calma e procure saber ou ligar para essa pessoa próxima de quem o telefona trata. O golpista geralmente exige que um depósito seja feito para liberar a pessoa e muitas vezes faz essas ligações de dentro do próprio presídio.
Também acontece de o golpista se passar por bancos ou por lojas e pede a confirmação dos dados cadastrais. Não se passam dados pessoais por telefone, explica a Dra. Renata Garcia-Moreno. Se for uma situação séria, peça para que a pessoa ao telefone fale os dados e você confirma, pra confirmar que não se trata de golpe.
Até a ganância contribui para o sucesso de golpes como o do bilhete premiado, normalmente feito na saída de bancos, onde a vítima é abordada e ludibriada, comprando o bilhete e perdendo o dinheiro.
Na Delegacia Adjunta de Defraudações e Meio Ambiente os golpes mais comuns dizem respeito a supostas compras que a vítima não fez, mas receba a conta e a cartões clonados que estão relacionados ao primeiro golpe. Esses dois casos são os mais difíceis de apurar a autoria. Relativamente mais fáceis são os casos onde ex-esposas ou ex-maridos começam a fazer compras em nome do antigo parceiro.
Mais conhecidos, os cheques sem fundo são um golpe ainda comum e outro, menos conhecido, mas também na Delegacia trata de dispor de coisas alheias como de fossem próprias como um filho que vende o terreno do pai, se passando por proprietário.
Para evitar que seus cartões sejam clonados as pessoas devem tomar o cuidado de não passar seus dados pessoais por telefone ou mesmo dentro de lojas, para pessoas desconhecidas. Para evitar as máquinas capazes de clonar os cartões, ficar sempre perto do cartão e acompanhar o processo são boas dicas, mas não livram a pessoa do perigo. A tecnologia também pode estar dentro da máquina de passar o cartão ou mesmo nos caixas eletrônicos.
Fonte: Conexão Itajubá / Panorama FM