O termo ‘cura quântica’ se refere à capacidade universal que existe nos seres vivos de se auto-organizar quando se recebe determinados tipos de estímulos. Para falar sobre isso o Conexão Itajubá foi até a Universidade Holística do Brasil em Maria da Fé conversar com o professor, neurocientista e neurocirurgião Dr. Francisco Di Biase.
Para falar da cura quântica é preciso antes conhecer como se dá a auto-organização e o processo de evolução de informação do universo até chegar aos seres vivos.
Di Biase explica que quando o universo se origina, passa-se inicialmente por uma fase de desenvolvimento chamada cosmosfera que corresponde ao que ocorreu desde o Big-Bang e que é altamente sintonizado com a geração dos constituintes que vão gerar vida. Hoje se sabe que existe um projeto por detrás desse processo e que direciona esse universo para a vida.
Nesse primeiro passo evolutivo da cosmosfera existe uma quantidade de informação com um código informacional que vem desde a inteligência primordial que gerou esse universo e está baseado nas estruturas nucleares. Essa informação é a responsável pela geração do mundo físico.
Passados cerca de 10 bilhões de anos de evolução e depois de já se terem gerados os elementos mais pesados e essenciais para a vida no núcleo das supernovas, essas estrelas explodem e espalham os elementos pelo universo, formando aglomerados que mais tarde se tornarão planetas.
Planetas que se encontram a uma determinada certa distância das estrelas, como a Terra, geram condições para que haja uma ruptura evolutiva em que surge um novo código informacional que é o código das chamadas macromoléculas. Esse novo código será o responsável por toda evolução biopsicossocial. Essa evolução vai, então, chegar num ponto onde haverá uma nova ruptura e uma complexificação da informação através da geração de sistemas nervosos.
Quando começam a surgir os sistemas nervosos na evolução da vida, explica Di Biase, surge um novo processo de armazenagem de informação, as redes neurais. Com a evolução desse sistema nervoso, como ocorreu no ser humano, onde o cérebro gera consciência e o homem possui autoconsciência, o ser passa a explorar o universo e a si mesmo, passando a entender que o processo da consciência é fundamentado nos mesmos processos quânticos e holográficos que formam toda a estrutura do universo.
O universo é formado por partículas quânticas e funciona como um sistema em que cada parte possui a informação do todo, portanto ele é quântico-holográfico. Isso já é comprovado e estudos indicam que o funcionamento da consciência depende de um funcionamento cerebral holográfico.
“Nós não somos isolados do universo, até pouco tempo a ciência materialística sempre achou que o cérebro era fechado dentro da caixa craniana e que a gente não tinha uma conexão maior. Hoje a gente sabe que a nossa consciência se espalha no universo.”, comenta Di Biase.
A cura quântica implica em processos a que são submetidos os pacientes e que os levam a fazer uma interconexão mais acentuada com a própria inteligência do universo. Através desta interação torna-se possível fazer com que os processos auto-organizadores da vida fiquem mais equilibrados.
Situações de estresse e raiva desequilibram os códigos informacionais que mantêm a vida. Os códigos funcionam melhor em estado de relaxamento físico e mental. Por isso técnicas antigas de relaxamento como yoga e meditação tem sido descobertas, elas auto-equilibram o sistema nervoso e, pela interação corpo-mente, auto-organizam todo o corpo também, criando uma cura baseada no funcionamento interligado neuropsicológico com o sistema imunológico e os hormônios.
Os três sistemas funcionam como um sistema único, portanto o que afeta um dos sistemas vai afetar os outros dois também. Como exemplo de como a cura quântica pode se processar, o neurologista Di Biase cita uma pessoa que sofreu um impacto emocional muito grande e negativo, entrando numa depressão profunda.
No caso citado, o aspecto emocional gera uma alteração neurológica em que determinados neurotransmissores importantes para manter o funcionamento adequado do corpo e do cérebro, como a endorfina, começam a diminuir devido à depressão. Essas substâncias têm receptores no sistema nervoso, mas também possuem receptores no sistema imunológico que produz anticorpos rasteando qualquer anormalidade no corpo. Diminuindo as substancias mensageiras químicas do cérebro, os mensageiros químicos do sistema imunológico, como as citocinas, começam a não rastrear direito anomalias.
Considerando que o corpo daquela pessoa tenha produzido, por exemplo, uma célula anormal e cancerígena, essa célula pode ficar circulando sem ser detectada pelo sistema imunológico que está debilitado devido ao aspecto emocional, criando um tumor. Outro desvio que poderia ocorrer é, ao invés de produzir anticorpos normais, o sistema imunológico passar a produzir autoarticorpos que agridem o próprio corpo, criando as chamadas doenças autoimunes.
É preciso se manter em harmonia com o universo, portanto. Diante dos fatos, a comunidade acadêmica passa a reconhecer o conhecimento dos antigos e a concepção de Deus passa a ser baseada numa inteligência universal que é responsável por toda harmonia e equilíbrio direcionada para a vida.
Mais informações sobre a cura quântica podem ser encontradas no livro “Homem Holístico” da Editora Vozes. O livro traz os fundamentos científicos do novo paradigma holístico ou no livro “Caminhos da Cura” que mostra formas alternativas de cura baseadas nesse sistema de manutenção do fluxo de inteligência do universo. Outra sugestão de leitura é o livro da Editora CRV “Fronteiras da Consciência” de autoria do neurologista Francisco Di Biase.
Fonte: Conexão Itajubá / Panorama FM