– Dê-me sua mão! Dê-me sua mão! – gritava Nadin.
Não houve reação do homem aflito, que não sabia nadar e continuava a engolir água. Estava a dois dedos de afogar-se quando o Sr. Abdala apareceu, reconheceu o sujeito no rio e disse:
– Afastem-se todos e deixem comigo!
Estendeu a mão direita para o homem que se debatia e falou:
– Pegue a minha mão! Pegue a minha mão!
Num rápido impulso, o desconhecido agarrou-se à mão de Abdala, que o tirou do rio. Em seguida, os curiosos perguntaram:
– Explique-nos, Sr. Abdala, por que ele não nos deu a mão, mas agarrou à sua imediatamente?
– É muito simples – respondeu. – Eu o conheço há muito tempo e sei que é um sujeito de avareza sórdida. Vocês nunca ouviram falar que os avarentos costumam tomar e nunca dar? Foi por isso que não lhe pedi que me desse a mão, como fez Nadin, mas que pegasse a minha.
Pois é, quanta gente só pensa em ter e não se importa com o ser, não é mesmo? Esta é a maior dificuldade do nosso trabalho aos pobres: poucas pessoas querendo repartir e, por consequência, não aceitando participar do Plano Divino de Salvação.
Nas Celebrações da Eucaristia, Jesus nos diz: “Eu vos dou a paz!”; e mais: dá-nos o Espírito Santo para santificar a nossa vida e de toda a Igreja. O Espírito de Deus tem a missão de nos iluminar para andarmos nas estradas de Jesus. Portando, tudo o que Cristo ensinou é inspirado pelo Espírito.
E quem não tem fé não entende como é possível Aquele que mais sofreu ser o mesmo que mais nos socorre e sempre nos perdoa. Meus olhos se extasiam diante dessa verdade, mas, infelizmente, muita gente é como São Tomé e insiste em não acreditar que é dando que se recebe. Isso tanto é verdade que Jesus continua sendo quem mais recebe amor e gratidão no mundo inteiro!
Quanto às ingratidões, que também são muitas, com certeza serão motivos de arrependimentos. Algumas pessoas terão saudades dos pobres pedindo um pedaço de pão à sua porta. Deus nos deu a vida e nos dá seu amor; deu-nos liberdade e nos dá sua Palavra; Ele nos deu a natureza farta e nos dá seu perdão; dotou-nos de inteligência e se oferece a nós com seu Corpo e Sangue! E o que fazemos com tudo isso? O que você oferece a Ele? Se é dando que se recebe, nossa resposta à tamanha misericórdia Divina deveria ser sempre: oração, justiça, serviço gratuito e caridade.
Jesus já venceu a morte e não precisa do nosso sangue derramado para agradá-lo, mas, através de simples gestos de amor, Ele permitirá entrarmos no Paraíso. Eu que, graças a Deus, tenho saúde, paz de espírito e fé no coração, valorizo cada suspiro do meu dia. Sirvo a Igreja Católica com alegria, tendo à frente a Virgem Maria, que Cristo nos deixou como Mãe. É a minha protetora de todas as horas e a amo imensamente!
Eu costumo dizer que havia quatro cruzes no Calvário: a primeira, de Cristo, até hoje representa a nossa salvação; a segunda, à direita de Jesus, estava o ‘bom ladrão’ Dimas, suplicando a misericórdia de Deus em remissão dos seus pecados; a terceira cruz suportou até o fim o peso do pecado, porque o ladrão que lá estava não usou da virtude do arrependimento para se salvar; e a quarta cruz foi ‘ocupada’ por Maria Santíssima, que suportou com firmeza o cruel e injusto sofrimento do seu Filho Santo.
Ela presenciou de pé a maior maldade humana da história sobre uma só Criatura. Deus a escolheu para estar naquela cruz porque sabia que nela podia confiar. E foi também confiando em Deus que Maria se tornou, com o seu exemplo, modelo de fé, de pureza, de amor e de fidelidade cristã. Com ela aprendemos que não existe sofrimento capaz de nos desviar das estradas de Jesus. À nossa frente, ela pisa na cabeça da serpente infernal e nos conduz, como filhos queridos, à cruz da salvação.
Neste Natal, peça a Nossa Senhora para livrar você da cruz da condenação e sempre curar as tristezas do seu coração. A cada dia, sempre que a sua cruz de pecador se tornar mais leve, lembre-se de agradecer: ‘Obrigado, minha Mãe querida! Eu lhe dei meus problemas e recebi favores do seu Imaculado Coração’.
Por amor ao Menino Jesus, sempre é dando que se recebe!