Em dezembro de 2023, 1.323 municípios registraram um aumento líquido de empregos de carteira assinada, o que corresponde a 24% das cidades brasileiras. As informações são do Informativo CNM (Confederação Nacional dos Municípios): Mercado de Trabalho.
No acumulado de janeiro a dezembro do ano passado, o saldo de empregos atingiu 1,48 milhão, apresentando uma queda de 26% em comparação com o mesmo período do ano anterior, quando o saldo totalizou 2,01 milhões.
Para o economista Cesar Bergo, o crescimento menor na geração de empregos é decorrente de questões pós-pandemia da Covid-19.
“Em 2021, 2022, houve uma recuperação muito significativa na área de comércio e serviços. E em 2023, surpreendeu o agronegócio que cresceu bastante no primeiro semestre mas no segundo semestre foi perdendo postos de trabalho e essas pessoas foram de alguma forma sendo deslocadas para o comércio e para o serviço que mostraram bastante vigor no segundo semestre, fechando positivamente o crescimento do mercado de trabalho”, avalia.
Em dezembro, desconsiderado dados dos municípios não identificados, houve a criação de 1.496.644 empregos em comparação com 1.923.729 desligamentos, resultando em um saldo negativo de 427.085 postos de trabalho em todo o país.
A menor redução mensal foi registrada nas cidades com mais de 300 mil habitantes (-0,7%). Por outro lado, a maior expansão em comparação com dezembro de 2022 ocorreu nas cidades com 5 a 10 mil habitantes (+3,9%), enquanto o maior crescimento no ano fechado foi observado nas cidades com 20 a 50 mil habitantes (4,5%). A maior diminuição mensal aconteceu nos municípios com 5 a 10 mil habitantes (-1,9%), enquanto o menor aumento em relação a dezembro de 2022 foi nas pequenas cidades (3,2%), e no ano fechado, nas grandes cidades (3,8%).
João Paulo Matos, empresário e sócio da Brazilian Car, afirma que contratou novos funcionários em dezembro, para manter a qualidade do atendimento ao cliente, já que nesse período, observa-se um aumento do volume de clientes.
“Todos os anos, na verdade, a gente vê um aumento nas contratações em dezembro, e ultimamente tem tido esse aumento até um pouco antes, ali em novembro mesmo, por causa da Black Friday, então a gente já faz o aumento do efetivo. Nós não queremos deixar nenhuma oportunidade de venda passar, precisamos de mais vendedores para fazer todo esse atendimento”, explica.
De acordo com Cesar Bergo, para 2024, espera-se que o mercado de trabalho cresça, mas em uma velocidade menor na comparação com 2023 e implicando em uma queda do desemprego. Entretanto, ele pontua que isso depende de questões econômicas, como queda na taxa de juros para que a indústria corresponda na contratação.
“No tocante aos municípios, o que se observa é que os municípios médios eles vêm apresentando o resultado melhor em relação aos pequenos e grandes municípios, mas também existe uma característica, porque esses municípios médios eles acabam oferecendo mais oportunidades na área de comércio e serviço — e a tendência é que o setor de serviço continue ainda tendo esse vigor na contratação de mão de obras para os próximos anos”, completa.
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Reportagem: Nathália Ramos Guimarães
Fonte: Brasil 61