Sem sombra de dúvida, almejamos dinheiro no bolso, na Bolsa, na conta, enfim muito dinheiro, se possível até acertar na Mega-Sena da Virada e estar entre os cinco sortudos para começar o ano com 35 milhões de reais. Mas somente cinco ganharam. Nós, os outros que não ganhamos teremos que saudar 2012 com alegria, esperança e muito senso de humor que trazem saúde, afinal sabemos que muitas vezes nenhum dinheiro do mundo pode comprá-la.
Muitos estabelecem metas para o próximo ano: “Ah, no próximo ano eu vou emagrecer, vou caminhar, vou estudar, vou ter um emprego melhor, vou fazer um curso disso, daquilo…” Porém dificilmente dizemos: “No próximo ano eu vou ser mais feliz…” É que ser feliz é mais complexo, mais abrangente. Tememos que a felicidade dependa do bem-estar, da saúde, da qualidade de vida, e de certa forma tudo isso está ligado ao famigerado dinheiro. Desde que o mundo é mundo, uns têm mais, outros menos, outros nada, e também desde que o mundo é mundo, a grama do vizinho sempre foi mais verde, porém nunca como na atual sociedade vorazmente competitiva. É uma corrida maluca – as pessoas almejam ser aceitas e almejam respeito e para isso lutam para alcançar status econômico. Para alcançar tal status, é preciso competir dentro da empresa, ser o melhor para ganhar mais. Se o salário for pequeno, a autoestima também cai. Resumindo, você consegue “ser feliz”, mas equilibrando-se numa linha que pode se romper a cada instante, ou seja, você simplesmente não consegue ser feliz, pois é necessário se atualizar vinte e quatro horas por dia e dormir de olho aberto para estar sempre na linha de frente. Isso tudo sem contar com as adversidades externas ao nosso controle, como perda de entes queridos, acidentes, catástrofes porque estamos todos sujeitos a tudo.
Já que a felicidade é tão difícil de ser driblada fora de nós, só nos resta construí-la em nosso interior, mudando nossas atitudes interiores. Não há outra forma. Com a mesma energia com que batalhamos as circunstâncias exteriores deveríamos perseguir a força positiva dentro de nós mesmos e tentar enxergar o lado positivo que os outros possuem, assim nos aconselha Richard Layard, autor do livro “Felicidade: Lições de uma Nova Ciência”. Segundo Layard, isso é compaixão por nós mesmos e por outros e é algo que pode ser aprendido. Aliás, arremata o autor, dedicar-nos à felicidade de outros e a promovê-la nos torna menos cheios de nós mesmos e mais felizes.
Um feliz 2012 para todos nós. Neste ano que se inicia vamos aprender a ser mais felizes.