Por ser um assunto muito frequente nas rodas de amigos e em cabelereiros, existem muitos mitos sobre esse tema, e muitas pessoas buscam tratamentos por conta própria ou por indicação de leigos, o que pode ser perigoso para a saúde e para o bolso e atrapalhar a evolução do quadro.
São várias as causas, mas inicialmente é importante diferenciar o tipo de queda de cabelos, para então pensar no que pode estar causando e assim, determinar o melhor tratamento.
É uma manifestação de tendência genética e hormonal, que provoca o afinamento dos fios e a perda progressiva dos cabelos. Acomete mais os homens, mas mulheres também podem apresentar essa condição, principalmente depois da menopausa ou quando sofre de algum distúrbio hormonal, como a Síndrome de Ovários Policísticos.
A alopécia androgenética é resultado da estimulação dos folículos pilosos por hormônios masculinos que começam a ser produzidos na adolescência (testosterona). Ao atingir o couro cabeludo de pacientes com tendência genética para a calvície, a testosterona sofre a ação de uma enzima, a 5-alfa-redutase, e é transformada em diidrotestosterona (DHT). É a DHT que vai agir sobre os folículos pilosos promovendo a sua diminuição progressiva a cada ciclo de crescimento dos cabelos, que vão se tornando menores e mais finos. O resultado final deste processo de diminuição e afinamento dos fios de cabelo é a calvície.
O tratamento visa o prolongamento da vida útil dos folículos pilosos retardando ou interrompendo o processo de queda dos cabelos. Pode ser feito através do uso de produtos tópicos, ou com medicamentos por via oral. Além disso, podemos indicar mesoterapia capilar e até mesmo microagulhamento, que visa entregar substâncias para agirem direto nos folículos. Em alguns casos, mediante vontade e possibilidade do paciente pode ser feito o implante capilar.
É o termo utilizado para definir perda dos fios por um distúrbio no ciclo do cabelo. Definimos como normal perder até 120 fios por dia, um aumento nessa quantidade deve ser investigado.
Para entender melhor, precisamos conhecer o ciclo dos fios: o cabelo passa por três fases. Primeiro é a fase do crescimento, a anágena, que dura de três a cinco anos. A segunda fase se chama catagena – é quando os fios param de crescer e o normal é durar três semanas. A terceira fase é a telógena, ou a fase de queda dos fios.
Existem dois tipos de eflúvio, o eflúvio anágeno e o telógeno.
O eflúvio anágeno ocorre quando o ciclo de crescimento dos fios é interrompido, é característico nos pacientes submetidos a quimioterapia, mas pode ocorrem em quadro de infecção ou inflamação sistêmica importante e no uso de alguns medicamentos.
O eflúvio telógeno é o mais comum, e ocorre por alguma agressão ao organismo como: anemia, deficiência de vitaminas, distúrbios hormonais, pós parto, pós operatório e por estresse emocional. Nesse caso ocorre um desequilíbrio no ciclo do cabelos e aumentam os fios na fase de queda. O quadro geralmente tem início 2 a 4 meses após o fator desencadeador, como parto, por exemplo.
O tratamento do eflúvio é agir na causa do problema, tratar anemia e deficiências vitamínicas, distúrbios da tireóide ou mesmo tratar ansiedade. Podemos lançar mão de complexos vitamínicos orais ou mesmo injetáveis, a chamada mesoterapia capilar, em que são injetadas substâncias diretamente no couro cabeludo a fim de fortalecer os fios, e estimular o crescimento, enquanto o organismo se recupera com o tratamento da causa de base.
É uma doença auto-imune, com fator genético associado, que provoca a queda de cabelo. Pode ser desencadeada por períodos de estresse ou infecções.
Na alopecia areata ocorre perda brusca de cabelos, com áreas arredondadas, únicas ou múltiplas. A pele é lisa e brilhante e os pelos ao redor da placa saem facilmente se forem puxados. Os cabelos quando renascem podem ser brancos, adquirindo posteriormente sua coloração normal. A forma mais comum é uma placa única, arredondada, que ocorre geralmente no couro cabeludo e barba, conhecida popularmente como pelada. Mas podem ocorrem perdas em grandes áreas e inclusive perda de todos os fios do couro cabeludo, a alopecia areata total ou até mesmo de todo o corpo, a alopecia areata universal. Sua evolução é imprevisível, podendo até apresentar cura espontânea.
O tratamento visa estimular o folículo a produzir cabelo novamente. Podemos lançar mão de: infiltração de corticóide, minoxidil tópico, antralina tópica, imunoterapia tópica e algums casos podemos usar imunossupressores e corticoides orais.
Algumas doenças no couro cabeludo podem aumentar a queda dos fios, como a psoríase, dermatite seborreica e algumas micoses , que se não controladas podem gerar um processo inflamatório intenso e contribuir para queda de cabelo.
A perda dos cabelos traz preocupações ao paciente e é uma queixa extremamente comum, que não deve ser banalizada.Diante desse quadro o ideal é procurar um dermatologista para diagnóstico e tratamento ideal, que sempre é individualizado, de acordo com as necessidades de cada pessoa.
Por Dra. Gracieli Perches, médica da Clínica Hokage, CRM-MG 63955
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