
Há coisas que não têm volta, tipo: uma pedra atirada e uma palavra proferida. O tempo desperdiçado e uma oportunidade perdida, muitas vezes também não recuperamos mais. E um erro cometido, o que fazer? É claro que depende do erro e da situação.
Em princípio, se uma pessoa qualquer souber o que deve ser feito, como deve ser feito e ainda por que fazê-lo, é muito provável que o faça bem feito e tenha autocontrole para minimizar os futuros erros, certo? Bem, mas há dois casos de erros inconscientes que quero comentar.
Certo dia, uma moça estava à espera de seu voo na sala de um aeroporto. Então, resolveu comprar um livro e um pacote de biscoitos. Ao seu lado sentou-se um homem e, quando ela pegou o primeiro biscoito, o homem também pegou um. A jovem não disse nada, mas pensou: ‘Que cara de pau!’
A cada biscoito que comia, o cidadão também comia outro. Aquilo a deixava tão indignada que não conseguia reagir. E, quando restava apenas um biscoito no pacote, ela pensou: ‘O que será que o abusado vai fazer agora?’ E percebeu que o homem dividiu o biscoito ao meio, deixando a outra metade para ela.
A moça ficou bufando de raiva. Rapidamente o chamou de atrevido, pegou suas coisas e dirigiu-se ao embarque. Quando se sentou confortavelmente no avião, para sua surpresa, o pacote de biscoito estava ainda intacto dentro da bolsa. Ela sentiu muita vergonha, pois quem havia comido o biscoito do outro foi ela! Procurou o sujeito para se desculpar, mas ele não estava naquele voo.
Pois é, quantas vezes em nossa vida já ‘comemos os biscoitos errados’ e não tivemos consciência disso? Em comunidade, não procuramos ganhar espaço onde já tem gente trabalhando? Pelo menos, justificamos o desejo de ajudar ao invés de assumirmos a função? E quantos nos cedem humildemente o lugar sem reclamar da invasão!
Outro caso a considerar é o de um homem que castigou a filha de 3 anos por desperdiçar um rolo de papel de presente. O dinheiro estava escasso naqueles dias, razão pela qual o pai ficou furioso ao ver a menina envolvendo uma caixinha com aquele papel dourado e colocá-la debaixo da árvore de Natal.
Apesar de tudo, na manhã seguinte, a menininha levou o presentinho ao pai, dizendo: ‘Isto é pra você, paizinho!’ Ele sentiu-se chateado pelo castigo, mas voltou a explodir quando viu que a caixa estava vazia. E gritou com ela: ‘Você não sabe que quando se dá um presente a alguém, a gente coloca alguma coisa dentro do embrulho?’
A pequena criança olhou para cima com lágrimas nos olhos e falou: ‘Oh, paizinho, não está vazia. Eu soprei beijos dentro dela! Todos são para você, papai.’ Ele, então, quase morreu de vergonha, abraçou a menina e suplicou que o perdoasse.
Bem, dizem que o homem guardou a caixa ao lado de sua cama por anos e sempre que se sentia triste, pegava um beijo imaginário e recordava o amor que a filha havia posto ali. Pelo menos, neste caso, houve oportunidade de se desculpar e retribuir o amor recebido, mas, na primeira história, sobrou apenas o sentimento de culpa no coração da moça.
É, feliz daquele que reconhece o erro, reveste-se de humildade e logo pede perdão! Quanto a ser perdoado ou não, já não cabe a quem errou, porém, é importante que haja o pedido de desculpas e o firme propósito de se colocar à disposição para um novo relacionamento de confiança mútua.
Quem diz que não consegue perdoar, deve rezar mais e pedir insistentemente ajuda ao Céu. Sempre há um ‘santo protetor de plantão’ que intercede a Deus por nós, com certeza. Portanto, escolha o seu padroeiro, peça com fé e confiança, e o seu coração logo se transformará.
Às vezes eu rogo assim: ‘Nossa Senhora do Sagrado Coração, ajude-me a ter o espírito manso e humilde, semelhante à senhora e ao seu santo Filho.’ Em outras oportunidades, peço pelos meus filhos, parentes, amigos, e algumas mudanças vêm tão rapidamente que até assusto!
Pois é, se a fé fosse suficientemente grande, não haveria motivo para o susto. Reconheço que ainda preciso crescer muito na fé. Quero, um dia, ter a certeza que, em nome de Deus, posso remover montanhas. Só de pensar que talvez eu não chegue a tanto, já é falta de fé!
Na minha opinião, o maior presente que Jesus nos dá e renova sempre é o Seu perdão. Se Ele não fosse tão misericordioso, já estaríamos condenados ao inferno há muito tempo. Por isso, eu não entendo a intenção da pessoa que erra e não aprende, ou aprende, mas não pede perdão, ou pede perdão e não renova a sua vida na fé em Cristo! Bastaria um pouco de tempo dedicado à leitura dos Evangelhos para saber que a nossa missão na Terra é evangelizar!
Seria ótimo e oportuno se tirássemos lições dos nossos erros de cada dia, mas, infelizmente, isso pouco acontece. Resta rezar fervorosamente pelo futuro da humanidade, porque tudo pode ser mudado pela oração e só continua errando quem não reza e insiste em não pedir perdão.
Por Paulo R. Labegalini: Cursilhista e Ovisista. Vicentino em Itajubá. Engenheiro civil e professor doutor do Instituto Federal Sul de Minas (Pouso Alegre – MG).
Livros do autor:
1. Gotas de Espiritualidade – Editora Bookba (à venda na Amazon, Americanas, Shoptime, Magalu…) – mensagens diárias de fé e esperança, com os santos de cada dia.
2. Pegadas na Areia – Editora Prismas / Editora Appris
3. Histórias Infantis Educativas – Editora Cléofas
4. Histórias Cristãs – Editora Raboni
5. O Mendigo e o Padeiro – Editora Paco
6. A Arte de Aprender Bem – Editora Paco
7. Minha Vida de Milagres – Editora Santuário
8. Administração do Tempo – Editora Ideias e Letras
9. Mensagens que Agradam o Coração – Editora Vozes
10. Projetos Mecânicos das Linhas Aéreas de Transmissão (coautor) – Editora Edgard Blücher
11. Mecânica Geral – Estática (coautor) – Editora Interciência