A humanidade não está prepara para mudanças naturais em grande escala. O professor Alexandre Barbosa, Especialista em Meio Ambiente da Universidade Federal de Itajubá (UNIFEI) explica que a humanidade está preparada apenas para o seu cotidiano. Ele acredita que a maior parte do é vivenciado hoje faz parte das condições naturais do planeta, mas adverte: isso não significa que aquelas substâncias que agridem a Camada de Ozônio podem voltar. “Quanto mais a gente puder preservar e mais sustentável for nosso modo de vida melhor”, afirma o especialista.
Segundo ele, às vezes as afirmações extrapolam. É muito comum ouvir algo como “a temperatura está aumentando muito” ou “a água está acabando” e isso muitas vezes tem uma causa natural. A questão é a sensação de desconforto quando acontece algo diferente. A temperatura já esteve alta antes, isso não é algo novo, assim como janeiro que é mês de chuvas e não está chovendo. Isso já aconteceu antes.
A tese apoiada por Alexandre Barbosa e que há algum tempo não tinha forças, agora volta a ficar em evidência. O que acontece é que os especialistas e cientistas passaram a medir as variáveis (temperatura, chuva, etc) nos últimos cem anos, formando uma série histórica que pode ser analisada. O importante é a média dos acontecimentos e o saldo final e para as devidas conclusões, são necessárias mais algumas décadas.
O problema é que hoje se mede pouco. A medição é cara e muitas vezes de difícil acesso e como ainda se mede pouco, qualquer afirmação a respeito da situação atual é feita na base do “achismo”. Com relação ao clima, algumas coisas podem ser previstas com certa antecedência, como temperatura. Quando se trata da chuva, as previsões valem razoavelmente ate cinco dias e isso para uma análise qualitativa (pode ou não chover). O quanto vai chover já algo bem mais complicado.
Alexandre explica que no ano passado já houve dois meses em que choveu acima da média, outubro e novembro. Em dezembro, o índice de chuvas já caiu e em janeiro não atingiu nem um terço da média. Pode acontecer uma pancada e recuperar a média, mas ele não vai resolver a questão das plantações e ainda é perigoso para as cidades por conta das enchentes.
Algo que poucas pessoas sabem é que a Amazônia é muito importante nesse ponto. É preciso umidade na Amazônia para que chova na região de Itajubá. Analisando um mapa é possível perceber que a latitude onde a cidade se encontra, é uma latitude característica de deserto. Se não fosse a Amazônia, a média de chuvas não passaria de 400 ml por ano. Para recuperação desse período de seca, temos ainda até março.
Fonte: Conexão Itajubá / Panorama FM