Quando alguém me pergunta por que sou tão apaixonado por Nossa Senhora, digo que tenho muitas histórias para contar. Alguns fatos são recentes e, outros, nem mesmo eu sabia que influenciariam tanto em minha vida.
Minhas avós e bisavós eram marianas fervorosas e viviam com o terço nas mãos, assim como mamãe o faz até hoje, graças a Deus. Principalmente por isso, temos recebido incontáveis bênçãos na família, talvez em igual número às Ave-Maria rezadas por elas.
Minha mãe contou-me que se eu nascesse mulher, iria chamar ‘Maria Auxiliadora’, porém, o nome abençoado da Mãe de Deus acabou ficando com a minha irmã: Maria Aparecida. Mas era eu que, de pequeno, gostava de ir à igreja e alguns parentes diziam: ‘Esse menino vai ser padre!’. Essa não foi a vontade de Deus, contudo, dedico praticamente todo o meu tempo livre às coisas do Reino.
Algumas dessas ‘coisas’ são para o resto da vida, pois fazem parte da missão que abracei: ser escritor católico, fazer caridade como vicentino; participar dos Movimentos de Cursilhos, aconselhar espiritualmente os casais que me procuram; dar testemunhos de minha fé em palestras; atender chamados para cantar nas missas etc. Faço tudo com muito amor no coração, procurando impor a máxima qualidade em cada serviço, já que o Senhor merece que nada seja feito às pressas.
Bem, voltando a falar de Maria, cresci frequentando a Paróquia de Nossa Senhora de Fátima, em São Paulo. Aos dezessete anos, mudei-me para Monte Sião e assistia missas no Santuário de Nossa Senhora da Medalha Milagrosa. Vim fazer faculdade em Itajubá, passei a participar das celebrações na Igreja de Nossa Senhora da Soledade, ajudei na construção do Santuário Nossa Senhora da Agonia e, hoje, faço parte da Comunidade de Nossa Senhora do Sagrado Coração. E, se você acha que os títulos de Maria foram apenas coincidências em minha vida, continue lendo este artigo.
Em outubro de 1992, passei dois meses internado em Campinas com trombose na perna e bactérias no coração – endocardite. Numa manhã de domingo, os médicos chamaram a minha esposa e disseram que o óbito poderia ocorrer naquele dia. Chegaram parentes de toda parte esperando pelo pior, mas minha saudosa tia Waldina anunciou no alto-falante da igreja em Monte Sião que às 15 horas rezariam um terço pela minha saúde. Encheu de gente no Santuário e Nossa Senhora da Medalha realizou um grande milagre naquela tarde.
Sei que muitas pessoas intercederam por mim na época e sou grato a todas, mas aquele terço… O médico-chefe da equipe de cardiologia disse-me que nunca tinha visto um quadro gravíssimo se reverter tão rapidamente e sem sequelas! Foi quando eu mostrei ao Dr. Vitório Verri a imagem de Nossa Senhora das Graças que ficou o tempo todo na cabeceira da cama no hospital – até hoje eu durmo com ela ao meu lado! Tive alta na véspera de Natal daquele ano.
Percebi, então, que havia uma missão maior reservada pra mim neste mundo, mas só em 1994 – nas viagens que fazia semanalmente para cursar doutorado em São Paulo – comecei a rezar o terço e rapidamente renovei os meus valores espirituais; por exemplo, passei a usar na corrente uma medalha de Nossa Senhora do Sagrado Coração que havia ganhado de minha irmã. Ainda hoje, minha Mãe Santíssima me acompanha dentro e fora do peito.
Em 1997, tive a graça de ser chamado para ajudar a construir o Santuário de Nossa Senhora da Agonia. De lá pra cá, aprendi liturgia, músicas, fui à televisão e programas de rádio várias vezes, enfim, aceitei definitivamente o chamado que veio do Céu. É importante ressaltar que a fé inabalável da Fátima – minha esposa – também foi fundamental para isso.
Sou feliz por ver minha família caminhando com Maria nos passos de Jesus. Já contei, mas não custa repetir que os meus filhos receberam graças maravilhosas da Virgem Maria. A Soraia foi curada da aversão que tinha pela música católica, a Thaís vive me escrevendo e contando as bênçãos que consegue através do terço, e o Alexandre leva uma vida saudável após duas tromboses!
Estou lembrando de muitos outros fatos que mereceriam ser relatados, mas o espaço que resta não é suficiente. Concluindo, posso afirmar que a Rainha da Paz transformou os corações de todos na família e não deixa que haja grandes desavenças entre nós. Acabaram as brigas e confusões no meu lar e vivemos em clima de oração.
Ah, esqueci de voltar a mencionar a impressionante cura na minha garganta – quando um nódulo desapareceu em três dias! Esta graça ficou registrada no belíssimo Devocionário de Nossa Senhora da Agonia – além de vários outros relatos de devotos espalhados pelo Brasil. Os CDs que gravamos também são grandes bênçãos e as pessoas que comentam comigo da alegria que sentem ao ler estes artigos fazem parte dos presentes que recebo de Maria Santíssima. Não dá para citar todos, mas tenho muita honra de ter como leitores vários sacerdotes. Quando elogiam algo que escrevo, penso: ‘Nossa Senhora fez em mim maravilhas!’.
Hoje vejo que Deus nos deu uma vida simples; nós é que a complicamos quando soltamos as mãos de nossa Mãe querida. Viva Nossa Senhora nessa pandemia e sempre!