O futebol brasileiro, historicamente reconhecido por sua excelência técnica e habilidade individual, atravessa um momento de intensa transformação econômica. Nos últimos anos, o esporte tem visto uma crescente profissionalização e comercialização, impulsionada por novos investidores, clubes-empresa e acordos de transmissão mais lucrativos.
Contudo, esse avanço no potencial financeiro dos clubes se contrasta com a realidade estrutural que ainda aflige muitos destes.
Os salários astronômicos pagos para a maioria dos jogadores, comissão técnica e diretoria de futebol é inversamente proporcional ao investimento feito em sua base. Em muitos casos, os centros de treinamento são obsoletos e/ou subutilizados pelo departamento de futebol.
Além disso, os gramados (inclusive os das novas arenas), muitas vezes estão em condições deploráveis, comprometendo a qualidade do espetáculo, afetando a performance e a integridade dos jogadores.
Tal dicotomia entre o crescimento financeiro dos clubes e a sua negligência com a estrutura envolvida no esporte pode ser uma das causas da estagnação (ou retrocesso) do futebol brasileiro, uma vez que, essa fragilidade afeta diretamente o “produto futebol” como um todo.
É preciso que os clubes se atentem que sem uma base sólida, nossa capacidade de criar atletas de elite fica comprometida. Atletas estes, que por sua vez, darão o retorno financeiro para manter esses clubes sustentáveis, gerando mais investimento em todas as áreas necessárias para fazer com que o futebol se torne mais competitivo e atrativo para todos nós.
Por Guilherme Pascoal Mereu
Formado em Educação Física na Fepi
Pós Graduado em Docência no Ensino Superior
Pós Graduando em Fisiologia do exercício e Nutrição esportiva
Treinador da Seleção de Itajubá de Futsal Feminino e Treinador do Futebol Feminino do Yuracan
Diretor da Revista Itajubá Esporte e Saúd