Mas que existem, existem.
Mesmo invisíveis são temíveis, terríveis.
Enquanto durmo, tenho sonhos vívidos,
Espasmos e espantos lívidos.
São eles que assomam e me assombram.
Me prendem num gélido torpor
E me torturam com terror.
Quero gritar e me soltar – esforço inútil.
Tenho a voz aprisionada, peso uma tonelada.
Pela manhã, mais aliviada,
Eu me acalmo, o sol brilha imponente,
Engulo meu café quente
E meu marido canta ao longe uma cantiga diferente
Parece que o mundo voltou ao normal
Ledo engano
Os fantasmas apenas dormem em suas cavernas
Para de noite voltar a sua carga infernal.