
Continuando a serie de matérias explorando as principais modalidades de receitas do Flamengo. Nessa edição vamos explorar a monetização sobre as bilheterias dos estádios. Nessa modalidade, os clubes que tem estádios próprios e com maior capacidade de público e engajamento de torcidas, acabam tendo maiores arrecadações. Antigamente a participação de bilheterias no orçamento total de receitas eram maiores, pois ainda não havia o alto volume de receitas advindas dos direitos de transmissão de jogos (TV) e outras modalidades que ainda não existiam. Mas é notável o crescimento de arrecadação através do Campeonato Brasileiro da Série A nos últimos anos, alcançando recordes históricos. A média de público pagante no Brasileirão Série A tem crescido consistentemente. Em 2023, a média foi a maior dos últimos anos, com 26.502 torcedores por jogo, levando o público total a quase 10 milhões de espectadores. O ano de 2024 também registrou números expressivos, com mais de 10 milhões de torcedores e uma média de 25.773, a segunda maior da história. A arrecadação com bilheteria tem acompanhado o crescimento do público. Em 2024, o valor total arrecadado com a venda de ingressos na Série A foi de R$ 497 milhões, o maior da história da competição. Clubes com grandes torcidas e estádios modernos lideram os rankings. O Flamengo se destaca como o clube com as maiores médias de público e renda na maioria dos anos recentes, seguido por equipes como Corinthians, São Paulo e Palmeiras. Em 2024, por exemplo, o Flamengo teve uma média de receita de R$ 3,1 milhões por jogo. O grande problema do Flamengo era que o Maracanã tinha um custo de operação muito elevado. A atual diretoria fez um trabalho de redução de custos, aumentando a arrecadação através de maior produtividade no uso do maior e mais famoso estádio de futebol do Brasil. Em 2024, o Flamengo teve a maior renda bruta do Campeonato Brasileiro, mas seu lucro líquido foi prejudicado pelos altos custos do Maracanã, onde 45% apenas era lucro liquido, ficando 55% como custo operacional. Em 2025 (após esse trabalho de readequação), a margem está chegando entre 60 a 65% de lucro liquido. Isso demonstra a qualidade da gestão atual no que se refere à exploração desse palco gigante. Foram renegociados novos contratos com fornecedores, a nova gestão assumiu o controle de áreas como segurança, limpeza, brigadistas e orientadores. Em vez de pagar um valor fixo, agora pagam apenas pelo serviço utilizado. Essa gestão mais eficiente reduziu o desperdício e os custos desnecessários. Também foram otimizados as operações dos bares e restaurantes do estádio, o que aumentou a receita líquida. A receita advinda de acesso dos sócios torcedores também se tornou mais eficiente, reduzindo os custos de operação do programa e gerando uma receita líquida maior. Diferentemente do que diz a canção entoada pela sua imensa torcida quando está usufruindo desse espaço mágico, o Maracanã não é do Flamengo e sim do governo do estado do Rio de Janeiro, mas o Flamengo juntamente com o Fluminense venceu o edital e assinaram um contrato de concessão por 20 anos (até setembro de 2044). Com isso, no fechamento das receitas de bilheterias no exercício de 2025, o Flamengo terá um aumento substancial nessa modalidade. Mais um motivo para os concorrentes se preocuparem.
Pelo menos essa é a minha opinião!
Por Professor Ronaldo Abranches