O futebol é um esporte de competição e por isto sempre há rivalidades e guerra de forças, seja dentro ou fora de campo. Sempre foi assim e sempre será. Mas a categoria profissional além de ser uma atividade esportiva, é um trabalho profissional, que por conceito deve ter princípios éticos, morais e de relações institucionais. A diretoria do Flamengo na gestão do Eduardo Bandeira de Melo, fez uma gestão muito competente, transformando um clube que estava a caminho da falência em um clube com uma ótima infraestrutura e saldo em caixa para investimentos em um time de alta competitividade. A gestão de Bandeira de Melo não chegou a viver momentos de títulos e grandes alegrias. Chegou a nova diretoria e com dinheiro em caixa montou um grande time e foi muito competente na montagem deste time que ficará na história do clube pelo desempenho de 2019. Em vários momentos certas reações e atitudes de alguns dirigentes atuais do Flamengo tem sido criticado pela imprensa e até pela sua própria torcida pela sua falta de sensibilidade e excesso de prepotência. A diretoria fez uma pressão desnecessária em voltar ao futebol no Rio de Janeiro em um momento em que todos consideravam inapropriado pelos indicadores da pandemia, e isso acabou resultando em duas semanas sem jogos, pois os demais clubes ainda estavam em fase de preparação, demonstrando que a iniciativa era mesmo uma precipitação. Essa semana, a diretoria ultrapassou os limites da prepotência, falta de ética e de bom senso. A busca de estar sempre aproveitando vantagens sem levar em consideração ás questões éticas e de ordem sistêmica, a diretoria que não considerou a saúde dos jogadores na precipitação da volta do futebol, desta vez com um surto de covid-19 a diretoria não aceitou entrar em campo alegando a proteção a saúde dos jogadores. Essa briga de forças contra o Palmeiras e a CBF acabou virando todos contra o Flamengo. Isso por sí só deveria ser pensado pela diretoria, pois a política de boas relações é algo que sempre foi importante para qualquer negócio. Percebendo que sua vontade não estava sendo atendida pelo STJD e pela CBF, a diretoria influenciou um de seus funcionários que é presidente do sindicato dos trabalhadores do futebol e o sindicato entrou na justiça do trabalho do Rio de Janeiro, solicitando que proibisse a exposição dos trabalhadores. Assim, o TST-RJ proibiu a existência do jogo. A CBF imediatamente buscou uma liminar na justiça. Um juiz além de proibir o jogo, afastou todos os funcionários do Flamengo (incluindo jogadores que também são funcionários), e determinando o clube a ficar 15 dias em quarentena total, com uma multa de 10 milhões de reais caso venha a desobedecer. Uma determinação que foi muito além do que desejava a diretoria, pois impede o time de jogar pela Libertadores na próxima quarta-feira, além da impossibilidade de treinar por quinze dias. Veja que enroscada a diretoria colocou o clube. Em uma situação dessas, qualquer outra situação, mesmo a de ir para o campo com um time de garotos seria menos prejudicial. A alguns minutos do início da partida o Tribunal Superior do Trabalho aceitou o pedido da CBF e reverteu decisões do tribunal regional do trabalho do Rio de Janeiro (TRT-RJ) que havia decretado o adiamento do jogo, movimentando a delegação do Flamengo a deslocar-se em cima da hora para a o estádio Arena Alianz Park chegando ao estádio minutos antes do horário do jogo, causando um atraso de 22 minutos. O resultado foi um empate, tendo o Flamengo jogando melhor que o Palmeiras. Ou seja, não seria necessário nada disso. Infelizmente a sina continua, os dirigentes envergonhando a gestão de nosso futebol enquanto os garotos nos orgulhando pelo futebol em campo. A diretoria do Flamengo mais uma vez se demonstra ser como o escorpião, quando se sente ameaçado, ele mesmo aplica seu ferrão e toma de seu próprio veneno.
Pelo menos essa é a minha opinião!