Os estudantes escreveram por dez minutos e a maioria encheu sua página. Depois, foram instruídos a dobrar as folhas ao meio e colocá-las numa caixa vazia, que estava sobre a mesa da professora. E assim que ela também colocou seus ‘não consigo’, tampou a caixa e saiu pela porta do corredor.
Acompanhada pelos alunos, seguiu para o pátio da escola e, com uma pá enorme nas mãos, começou a cavar. Quando fez um buraco bem fundo, a caixa de ‘não consigo’ foi coberta com terra. Trinta e uma crianças de dez e onze anos permaneceram de pé em torno da sepultura recém cavada.
A professora disse estas palavras: ‘Amigos, estamos hoje aqui reunidos para honrar a memória do ‘não consigo’. Enquanto esteve conosco, ele tocou as vidas de todos nós. Seu nome, infelizmente, foi mencionado em cada escola, prefeitura, assembléia legislativa e até mesmo na nossa família. Que o ‘não consigo’ possa descansar em paz e que todos os presentes possam retomar suas vidas e ir em frente na sua ausência. Amém!’.
A atividade simbólica antecedeu uma grande festa. Como parte da celebração, a professora recortou um grande pedaço de papelão e escreveu as palavras ‘não consigo’ no topo, ‘descanse em paz’ no centro, e a data embaixo. As frases ficaram penduradas na sala de aula durante o resto do ano.
Quando um aluno se esquecia e dizia ‘não consigo’, a professora simplesmente apontava o cartaz. O aluno, então, se lembrava que ‘não consigo’ estava morto e reformulava a frase. Todos aprenderam uma lição de vida duradoura: ‘não consigo’ está enterrado para sempre.
Certo dia, um menino cristão pediu autorização à professora para colocar mais uma frase na cartolina, e escreveu: ‘Tudo posso Naquele que me fortalece’.
Da mesma forma que nesta primeira história, veja outra que surte algumas reflexões por meio de frases de efeito moral:
Num lugar onde passavam muitas pessoas, um mendigo sentava-se na calçada e, ao lado, colocava uma placa com os dizeres: ‘Vejam como sou feliz! Sou um homem próspero, sei que sou bonito, muito importante, vivo serenamente, sou saudável, bem humorado, um sucesso!’
Alguns o olhavam intrigados, outros o achavam doido e outros até davam-lhe dinheiro. Todos os dias, antes de dormir, ele contava quanto ganhou e notava que a quantia aumentava.
Numa bela manhã, um executivo que o observava há algum tempo aproximou-se e disse:
– Você é muito criativo. Não gostaria de colaborar numa campanha da minha empresa?
– Vamos lá, só tenho a ganhar! – respondeu o mendigo.
Após um caprichado banho e roupas novas, foi levado para o trabalho. Daí para frente, sua vida foi uma sequência de bons resultados e, após certo tempo, tornou-se um dos sócios majoritários.
Numa entrevista coletiva à imprensa, ele esclareceu como conseguira sair da mendicância para tão alta posição:
– Bem, houve época em que eu costumava me sentar nas calçadas com uma placa ao lado, que dizia: ‘Sou um nada neste mundo. Ninguém me ajuda! Não tenho onde morar! Sou um homem fracassado e maltratado pela vida! Não consigo um mísero emprego que me renda alguns trocados. Mal consigo sobreviver!’.
Sorrindo, prosseguiu:
– As coisas iam de mal a pior quando, certa noite, achei um livro e nele atentei para um trecho que dizia: ‘Tudo o que você fala a seu respeito vai se reforçando. Por pior que esteja a sua vida, diga que tudo vai bem. Por mais que você não goste da sua aparência, ache-se bonito. Por mais pobre que seja, diga a si mesmo e aos outros que você é próspero’.
As pessoas se olhavam, mal acreditando que tudo o que dizia podia funcionar. E ele continuou:
– Aquilo me tocou profundamente e, como nada tinha a perder, decidi trocar os dizeres da placa e, a partir daquele dia, tudo começou a mudar. Tive apenas que entender o poder das palavras. Se tivermos fé para acreditarmos tudo o que escrevermos ou pensarmos de bom a nosso respeito, isso acabará se manifestando em nossa vida. Enquanto afirmarmos que tudo vai mal, que nossa aparência é horrível, que nossos bens materiais são ínfimos, a tendência é que as coisas fiquem piores ainda, pois o mundo as reforçará.
Uma repórter, ironicamente, questionou:
– O senhor está querendo dizer que algumas palavras escritas numa simples placa modificaram a sua vida?
Respondeu o homem, cheio de bom humor:
– Claro que não, minha ingênua amiga! Primeiro veio o mais difícil: eu tive que acreditar que Deus iria abençoá-las!