Um velho americano vivia sozinho em Minnesota. Ele queria formar seu jardim, mas era um trabalho muito pesado mexer toda aquela terra. Seu único filho, que normalmente o ajudava, estava na prisão. O velho, então, escreveu a seguinte carta a ele: ‘Querido filho, estou triste porque, ao que parece, não vou poder plantar meu jardim este ano. Detesto não fazê-lo porque sua mãe adorava a época do plantio depois do inverno, mas estou velho demais para cavar a terra. Se você estivesse aqui, não haveria esse problema, mas sei que não pode me ajudar, pois ficará mais dois anos na prisão. Com muito amor, papai’.
Pouco tempo depois, o velho recebeu o seguinte telegrama: ‘Pelo amor de Deus, pai, não escave a terra. Foi lá que escondi os corpos do assassinato que cometi!’ E, às quatro da manhã do dia seguinte, uma dúzia de agentes do FBI apareceram e cavaram o jardim inteiro, sem encontrar nenhum corpo. Confuso, o velho escreveu outra carta ao filho, contando o que acontecera. E esta foi a resposta: ‘Pode plantar seu jardim agora, pai. Isso foi o máximo que eu pude fazer daqui pelo senhor. Com amor, seu querido filho’.
Logicamente que este fato não serve de exemplo para ajudarmos os idosos a buscarem soluções para os seus problemas, mas retrata um tipo de auxílio inédito, concorda? E se excluirmos esta alternativa que o filho encontrou para ajudar o pai, não existiriam dezenas de outras opções? Então, não é exagero dizer: ‘Para qualquer tipo de problema existe uma solução. É só encontrá-la!’ Bem, mas tentar encontrar a solução pode ser um outro problema… Até o final do texto, tentarei elucidar isso também.
Contudo, nem sempre a idade avançada requer o amparo de terceiros, já que muitos idosos acumulam experiências maravilhosas e prestam valiosos serviços na velhice, como nesta história:
Havia um sujeito apelidado de Cabeçudo. Nascera com uma cabeça realmente grande, mas era um cara pacato e inteligente. Só não gostava de ser chamado pelo apelido e, desde os tempos de grupo escolar, tinha um chato que não perdoava, pois onde quer que o encontrasse, lhe dava uma palmada na cabeça e perguntava: ‘Tudo bem, Cabeçudo?’
Um dia, depois de centenas de tapinhas na cabeça, o Cabeçudo deu uma grande surra no engraçadinho, que, após deixar o hospital, foi dar queixa na polícia. O caso se complicou e foi a julgamento. No tribunal, na hora de defender o agressor, um velho e sábio advogado começou assim: ‘Meritíssimo juiz, estou convicto de que o meu cliente não deva continuar preso porque não lhe pega bem o apelido de Cabeçudo’. Quando todos pensaram que ele iria continuar a defesa, ele repetiu: ‘Meritíssimo juiz, estou convicto de que o meu cliente não deva continuar preso porque não lhe pega bem o apelido de Cabeçudo’. Em seguida, repetiu a frase mais uma vez e foi advertido pelo juiz: ‘Peço ao senhor que, por favor, prossiga com a sua defesa’.
O advogado, porém, fingiu que não ouviu e continuou: ‘Meritíssimo juiz, estou convicto de que o meu cliente não deva continuar preso porque não lhe pega bem o apelido de Cabeçudo’. O juiz não aguentou: ‘Seu irresponsável! Está pensando que a justiça é motivo de zombaria? Ponha-se daqui para fora antes que eu mande prendê-lo’. Foi então que o velho advogado disse: ‘Se, por repetir uma frase apenas algumas vezes, o senhor me ameaça de prisão, pense na situação deste pobre homem que, durante quarenta anos, todos os dias foi chamado de Cabeçudo! Dessa forma, o réu foi absolvido e voltou a viver em paz.
Dizem que este caso aconteceu de fato e aqui serve como exemplo do idoso servindo o próximo, embora todos saibam que o envelhecimento não é sinônimo de inutilidade. E há dois pontos importantes a considerar: primeiro, não podemos permitir que lhes falte o alimento, a assistência médica, a moradia e o cobertor; segundo, precisamos dar a eles a oportunidade de conhecerem melhor a Deus e perseverarem no Seu amor. Da mesma forma que o filho prisioneiro ajudou o pai a cavar o jardim, temos muitas maneiras de promover alegria e esperança aos nossos irmãos mais velhos.
Bem, e para que isso não se torne um problema, vale a pena lembrar que, imaginariamente, dentro de nós existem dois cachorros brigando: um dócil e outro raivoso. Vencerá a briga aquele que melhor alimentarmos! Por isso, rezando e praticando a caridade, tudo será mais fácil, pois o Espírito Santo estará sempre do nosso lado e o cão raivoso não terá chances de vencer. Só sendo muito cabeçudo para não entender isso!
Ø Paulo R. Labegalini é Cursilhista e Ovisista. Vicentino em Itajubá. Engenheiro civil e professor doutor do Instituto Federal Sul de Minas (Pouso Alegre – MG).
Livros do autor:
1. Gotas de Espiritualidade – Editora Bookba (à venda na Amazon, Americanas, Shoptime, Magalu…) – mensagens diárias de fé e esperança, com os santos de cada dia.
2. Pegadas na Areia – Editora Prismas / Editora Appris
3. Histórias Infantis Educativas – Editora Cléofas
4. Histórias Cristãs – Editora Raboni
5. O Mendigo e o Padeiro – Editora Paco
6. A Arte de Aprender Bem – Editora Paco
7. Minha Vida de Milagres – Editora Santuário
8. Administração do Tempo – Editora Ideias e Letras
9. Mensagens que Agradam o Coração – Editora Vozes
10. Projetos Mecânicos das Linhas Aéreas de Transmissão (coautor) – Editora Edgard Blücher
11. Mecânica Geral – Estática (coautor) – Editora Interciência