– Quem és?
– Sou a mulher do prefeito da cidade – disse ela.
– Não pergunto com quem estás casada, pergunto quem és.
E o diálogo continuou assim:
– Sou mãe de quatro filhos bem educados e todos já encaminhados.
– Não pergunto quantos filhos tens, mas quem és.
– Sou pós-graduada em psicologia e sempre exerço com dignidade a minha profissão.
– Mas não perguntei qual é a tua profissão e sim quem és!
– Ah, já sei o que queres saber! Sou cristã e quase sempre cumpri os meus deveres de caridade.
– Quase? Então, quase cumpriste a tua missão, não é?
E, num instante, milagrosamente ela recuperou-se, mas nunca se esqueceu daquela frase: ‘Quase?’
Na certeza de que ainda havia muito a fazer, resolveu ter mais tempo às coisas de Deus para, um dia, conseguir responder com convicção à pergunta: ‘Quem és?’.
Então, ela se dedicou mais à oração e amou os pobres até alcançar os 87 anos. Ao morrer, tudo foi diferente, sem muita tristeza, pois era considerada uma pessoa santa. Muitos não sabiam que havia sido a mulher do prefeito, nem que tinha estudado, nem quantos filhos e netos tinha, mas diziam que havia ajudado dezenas de pessoas.
Portanto, também é fácil concluir que a nossa vida é um verdadeiro milagre de Deus e, quem não a aproveita, desperdiça a chance de ganhar um passaporte para o Céu! Lá, encontraremos pessoas que amaram como Jesus as amou.
Um dia, um cristão – como qualquer um de nós – levantou-se mais cedo para assistir o amanhecer. A beleza da criação Divina estava além de qualquer descrição e, enquanto contemplava, louvou o Criador pelo Seu esplêndido trabalho. Naquele momento, Deus falou com ele:
– Você me ama?
– É claro que sim, meu Salvador!
– Se você tivesse alguma dificuldade física, ainda assim me amaria?
– Seria difícil, Senhor, mas eu ainda Te amaria.
– Se você fosse cego, amaria minha criação?
– Como eu poderia amar algo sem a possibilidade de ver? É estranho pensar nisso, mas acredito que eu amaria só de ouvir falar.
– Caso você fosse surdo, ainda ouviria a minha Palavra?
– Pensando bem, ouvir a Palavra não é simplesmente usando os ouvidos e sim o coração. Bem, embora também fosse difícil, eu ainda ouviria a Tua Palavra, Senhor.
– E se fosse mudo, ainda louvaria meu Nome?
– Se permitisses que eu cantasse com a alma, eu louvaria Teu Nome.
– Então, se você realmente me ama, por que peca?
– Porque sou apenas um humano, Senhor! Não sou perfeito!
– Mas, quando está com problemas, você procura ser perfeito e reza com fervor, canta nos retiros, me busca nas horas de adoração… Por que, nesta semana, você não está espalhando as boas novas? Por que cria desculpas quando lhe dou oportunidades de servir em meu Nome? Você é muito abençoado e eu não lhe fiz para que jogasse sua vida fora. Eu o abençoei com talentos para me servir, mas você continua pecando! Será que você realmente me ama?
– Por favor, perdoa-me, Senhor. Eu não sou digno de ser Teu filho.
– Esta é a minha graça, filho: eu nunca o abandonarei. Quando você chorar, eu terei compaixão e chorarei com você. Quando cair, vou levantá-lo. Quando estiver cansado, eu o carregarei. Estarei com você até o final dos tempos e o amarei para sempre.
– Como pude ter sido tão fraco, Senhor? Como pude esquecer o quanto me amas?
Então, Jesus esticou Seus braços e mostrou-lhe as mãos com dois enormes buracos sangrentos. Logo, o filho pecador curvou-se aos Seus pés e, chorando, O adorou verdadeiramente.
Pois é, há coisas na vida que nunca esquecemos e, outras, muito mais importantes, que só lembramos quando alguém nos sacode. Às vezes, andamos na ‘contramão’ da estrada que nos leva ao Céu: não ouvimos o chamado de Deus à conversão, não damos a mão ao irmão necessitado e nos deixamos levar pelo egoísmo, vaidade e ambição. Vamos amar a Deus de verdade?