Na segunda semana do mês de fevereiro de 2022 o tema inflação, mais uma vez, entrou em cena nos principais veículos de comunicação. Para propagar essa notícia, nada agradável, o slogan mais usado foi: “mercado eleva projeção de inflação para 2022”.
O aumento da tensão em relação ao tema veio após a divulgação do IPCA de janeiro de 2022, que registrou alta de 0,54%. Esse foi o maior valor para o índice no mês de janeiro desde 2016. Resultado que culminou em um acúmulo inflacionário de 10,38% em 12 meses.
A persistente tendência de alta da inflação fez com que o mercado e o próprio Comitê de Política Monetária (Copom) revisassem a estimativa de inflação para este ano, subindo de 5,38% para 5,44%. Ficando, mais uma vez, acima do teto da meta estabelecida.
Apesar dessas notícias serem da semana, o tema não é nada novo para vocês que nos acompanham aqui no Painel de Educação Financeira do Conexão Itajubá. Apenas durante o período de pandemia por várias vezes tratamos desse assunto aqui. Mas, especificamente, gostaríamos de destacar duas ocasiões em que dedicamos o nosso painel para abordar exclusivamente sobre o tema: uma foi no dia 11/09/2020 (INFLAÇÃO DAS COMMODITIES) e a outra no dia 08/01/2021 (INFLAÇÃO, EFEITO COLATERAL MAIS PERVERSO DA PANDEMIA). Se já abordamos várias vezes esse mesmo tema aqui no nosso Painel, então você deve estar se perguntando: O que há de diferente agora?
Bem, se você revisitar os nossos arquivos, verá que não há nada de diferente. E é exatamente isso que causa mais preocupação. Desde o início da pandemia, já era sabido que o principal impacto do isolamento social e das medidas econômicas adotadas seria um efeito inflacionário de longo prazo. Há mais 18 meses, as commodities já demonstravam tendência de alta. Situação que, infelizmente, os governantes mundiais não conseguiram se organizar para minimizar o seu impacto, principalmente nas economias mais frágeis.
Mais uma vez repetimos, não há nada de diferente. Os alimentos e o petróleo, commodities essenciais na cesta básica de consumo das pessoas do mundo inteiro, por diversas razões, tiveram e ainda terão sucessivos reajustes de preços.
É claro que a situação que estamos vivendo desde 2020, fruto da pandemia causada pela COVID-19, não poderia ser prevista nem pelos mais pessimistas. Isto é indiscutível! O que passamos a perceber de diferente, portanto, é a falta de habilidade dos governantes mundiais em cumprir, efetivamente, o papel do Estado. Estado este que, de forma bem simplista e direta, é o responsável imediato pela promoção do “bem-estar da sociedade”.
Como já bem se sabe, quando o Estado falha, a luta pela vida prevalece e, é exatamente nesse ponto que as desigualdades afloram, colocando em risco principalmente os mais vulneráveis. Por isso, é tão importante cuidas das suas finanças pessoais. Saber lidar adequadamente com o dinheiro pode se tornar um grande diferencial, quando o Estado é ineficiente com o seu povo.
Esse é um assunto que precisa de muita conversa… Por isso, nos veremos no nosso próximo painel de Educação Financeira.
Até lá!
1 Releia o artigo do dia 11/09/2020: https://conexaoitajuba.com.br/inflacao-das-commodities/ ou assista novamente a entrevista: https://youtu.be/bnaAfSTwliI
2 Releia o artigo do dia 08/01/2021:https://conexaoitajuba.com.br/inflacao-efeito-colateral-mais-perverso-da-pandemia/ ou assista novamente a entrevista: https://youtu.be/5QKFyLRX7ZY
Autores:
Prof. Dr. André Luiz Medeiros
Prof. Dr. Moisés Diniz Vassallo
Prof. Dr. Victor Eduardo de Mello Valério