SÃO PAULO (Reuters) – Munidos de uma sequência de relatórios com avaliações positivas para o mercado de ações brasileiro, os investidores mantiveram-se na ponta compradora na Bolsa de Valores de São Paulo, que fechou a semana no azul ao subir 8,2 por cento em três sessões.
A disparada de BM&F Bovespa e Petrobras, unida à recuperação das ações de empresas ligadas a metais, blindou o Ibovespa contra a volatilidade de Wall Street.
O índice subiu 2,19 por cento nesta sexta-feira, aos 52.392 pontos. Na semana, o Ibovespa acumulou alta de 0,87 por cento.
A volatilidade dos negócios levantou o giro financeiro do pregão para 5,26 bilhões de reais.
Indiferente ao vaivém nas cotações do petróleo, as ações preferenciais da Petrobras voltaram a ser alvos de ordens maciças de compra e subiram 5,1 por cento, para 33,00 reais.
“A descoberta de uma nova reserva de petróleo chamou de novo a atenção do investidor para os bons fundamentos da empresa”, afirmou Flávio Serrano, economista sênior do Banco Espírito Santo (BES), sobre o anúncio feito pela empresa nesta semana.
Simultaneamente, bancos estrangeiros emitiram uma série de relatórios positivos sobre a Bovespa. Todos com uma opinião em comum: as ações caíram demais e abriram uma excelente oportunidade de investimento no médio prazo.
Depois de Citi e UBS, nesta sexta-feira foi a vez de Morgan Stanley e Deutsche Bank. O primeiro triplicou a participação de ações brasileiras –com foco em commodities– em sua carteira de países emergentes. O outro também sugeriu ampliar a alocação em Brasil, mas em renda fixa.
De quebra, a recuperação internacional dos preços de metais permitiu um respiro de ações ligadas ao setor. Vale subiu 1,63 por cento, a 37,30 reais. O destaque entre as fabricantes de aço foi Companhia Siderúrgica Nacional –que pode lucrar com o aumento da concorrência para compra de sua mineradora Namisa–, subindo 6,4 por cento, para 50,85 reais.
Dentre as pechinchas, uma das mais concorridas foi BM&F Bovespa, que se recuperou de fortes quedas recentes com uma disparada de 11,5 por cento, para 9,76 reais.
“Além disso, a votação dividida na última reunião do Copom indica que o ritmo de aperto monetário do Banco Central tende a diminuir no final do ano, o que é positivo”, acrescentou Serrano.
Mas dois fatores podem trazer turbulência nas próximas semanas. Um é o noticiário envolvendo o futuro do Lehman Brothers, quarto maior banco de investimento dos Estados Unidos, cujas dificuldades vêm patrocinando volatilidade em Wall Street.
Nesta sexta-feira, rumores de que a instituição pode ser comprada mantiveram a Bolsa de Valores de Nova York em clima de cautela, mas sem perdas expressivas. O índice Dow Jones cedeu 0,1 por cento.
O outro fator é o exercício dos contratos de opções na Bovespa, na próxima segunda-feira. Esse mercado tem nas blue chips Petrobras e Vale suas principais referências.
Fonte: Reuters