De maneira geral, os habitantes de uma cidade não conhecem os meandros políticos, aqueles bastidores onde proliferam divergências, contendas e até vinganças entre partidos. É sabido que benefícios e benfeitorias já concedidos muitas vezes são barrados ou trancados temporariamente ou para sempre numa gaveta porque os partidos não se entendem. Não raro assistimos a notícias na televisão sobre equipamentos médicos trancafiados em salas empoeiradas, alguns aparelhos já estragados porque falta boa vontade política, aquela vontade que coloca o bem estar da população de uma cidade acima de qualquer disputa ou divergência. Os cidadãos ignoram o que se passa dentro das salas onde são tomadas as decisões que vão afetar sua vida diária. Eles cumprirão seus deveres cívicos e esperam igualmente que seus governantes também os cumpram, aliás, esse exemplo de cima é fundamental.
Dizem que um povo tem o governante que merece. Não estou muito convencida desse discurso. Nós, cidadãos, tentamos escolher o melhor, mas nem sempre temos o melhor que merecemos.
Evidentemente, governar não deve ser fácil, há que se enfrentar inúmeros e incontáveis obstáculos. Portanto, quem se habilitar a governar, não se iluda, nem se embriague com a fama, honrarias, festas, pompas e foguetes, antes seja levado por uma vocação pública genuína, com objetivos que compreendam não somente atitudes morais e procedimentos honestos, afinal isso deveria ser o básico óbvio, mas com vontade ferrenha de enfrentar qualquer oposição que se faça diante de um empreendimento que vai melhorar a sua cidade e a vida de seus cidadãos.
Itajubá espera mais cuidado com a saúde de seus filhos, lembrando que nas comunidades rurais as pessoas também adoecem e carecem de atendimento, não o sofrido, aquele de tentar marcar uma consulta no meio da madrugada, eu disse marcar porque para esperar a consulta, hão de passar muitas e muitas madrugadas. Que seja o bom atendimento, mais e melhores profissionais de saúde.
Itajubá espera progresso, não aquele progresso com retrocesso, esse todo mundo já conhece e não merece. Pode ser alguns viadutos aqui e acolá, umas pontes muito boas e bonitas, uma igualzinha aquela que está sendo construída na cidade vizinha, umas estradas de asfalto porreta que não vire pó, umas indústrias e um punhado de fábricas. Isso, isso mesmo! Fábricas de muita coisa, mas de preferência de balas e também de sonhos.