Democracia é liberdade e apareceu na atual civilização com a queda da Bastilha, em Paris, acrescida de “Igualdade” e “Fraternidade”. Assim como certos princípios mostram o equilíbrio em sua contrapartida, por exemplo, não há débito sem crédito, a cada direito corresponde um dever, parece lógico que não deve haver liberdade sem responsabilidade. Assim, pensamos que na contrapartida como princípio, residiria o equilíbrio de uma sociedade.
O indivíduo que só aprende a democracia com “liberdade, igualdade, fraternidade”. jamais cria e respeita a contrapartida por conta própria, por livre iniciativa, porque não sabe pensar e porque julga ou atribui que sua parcela é a liberdade, a responsabilidade é a parcela do “Governo”.
Com as deficiências psicológicas existem em todos os homens, o egoísmo, no caso, só entende, na sociedade, de ser aquinhoado pelo empregador, pelo semelhante, pelo governo, etc. e nem supõe a contrapartida da responsabilidade que lhe cabe. A igualdade e a fraternidade também “lhe são devidas”, mas não as deve de sua parte. Então o prato da balança pende para o lado oposto Se não fosse caprichoso dizê-lo, poderia enunciar o dito acima como a “lei do par de opostos”…. Tantas são as coisas em que se manifesta na vida humana.
Voltando ao conceito de liberdade, tem sido difícil aos povos que tenham experimentado algum dia o regime político democrático manter, ampliar e consolidar a liberdade. E não o conseguem porque a liberdade é um direito inalienável do ser humano, mas apresentar-se-lhe na situação de “prerrogativa”, desde que só pode desfrutá-la se souber e puder exercê-la. Sua utilização e gozo não são automáticos no regime de liberdade.
Pelo que venho entendendo do que diz a Logosofia, ciència de Raumsol, os seres humanos necessitam capacitar-se muito, superar-se muito, para viver em liberdade e aprender a defendê-la com o pensamento, não com as armas da violència. Sempre se falou e procurou criar um mundo melhor para o homem, mas a realidade é outra: o que se necessita é de criar um homem melhor para o mundo.
A humanidade, como está, há milênios, é inviável. Seu sistema de vida, a começar pelo caráter da finalidade que lhe atribui, é inviável. Afinal, chega-se sempre ao impasse e surgem as guerras como suprema solução. Não tem sido assim na civilização ainda vigente, cuja História é uma sucessão de guerras infindável? Onde está uma razão superior que sirva de juízo diretriz do pensamento e que não conduza à guerra?
A Logosofia oferece, justamente, as bases de uma nova cultura, ativa e construtiva, que contém todos os “ingredientes” para tornar o homem melhor. Se este quer v ver em um mundo melhor, terá de ser, ele próprio, melhor. Esta é a lógica de um mundo melhor para o homem.
Por si mesmo, não o conseguiu ainda, como prova o tempo A ciència logosófica oferece a orientação clara, científica, experimental, para isso e é o guia da nova cultura que se está gestando nas entranhas da América.
Mencionamos a “Igualdade” como um dos componentes da Democracia que sucedeu todos os acontecimentos da Revolução Francesa.Em todo o mundo, quando vigente um regime político em qualquer país, essa igualdade subentende-se para todos, perante a lei. Entretanto, nunca existiu igualdade nas condições individuais de cada homem para desfrutar desse direito, pelo desnível de cultura em todas as camadas sociais, fonte ou causa impeditiva de aproveitamento do bem geral prescrito. No aspecto cultural, como no de saúde, por exemplo, as desigualdades dos povos são gritantes, apesar do direito igual de cada nação democrática.
Este problema nunca foi sequer equacionado, nem o será nesta civilização, porque a humanidade não aprendeu ainda a lição básica que permitiria, progressivamente, fazer uma nação mais homogênea no preparo geral dos indivíduos, para que cada homem possua, por si, as condições, os requisitos indispensáveis para o exercício dos direitos e garantias assegurados por lei a todos.
Por Pedro Julio de Souza
Logósofo, Discípulo de Raumsol.