Dia 11 de agosto foi Dia dos Pais!
Quando eu era pequena, Pai era só o meu. Carinhoso, brincalhão, companheiro de brincadeiras e de surpresas com ou sem motivo, um paizão!
Depois fui crescendo, e aos poucos expandi o meu conceito de Pai.
Pais passaram a ser todos aqueles que me orientavam, formavam, moldavam.
Assim foram sendo Pais, muitos dos meus professores, de criança e de adulta. Às vezes eram mulheres, esses Pais: minha professora de matemática por muitos anos, era um Pai fantástico. Firme, séria, às vezes até brava, mas me ensinava o valor do compromisso e dos limites.
Mas na maior parte das vezes eram homens mesmo. Foram muitos, para a minha felicidade e gratidão.
Meu professor de Física no colegial (era científico, no meu tempo), que me fascinava com aulas imaginativas e densas. Que me ensinou a perguntar sempre, e duvidar das respostas fáceis.
Minhas professoras de Filosofia, de História e de Francês, três mulheres na meia idade que me faziam voar e cujas aulas eu esperava como alimento de faminto.
Minha professora de História chegava a me causar visões durante a aula: ela conseguia que eu enxergasse as batalhas, as coroações, os casamentos reais. A Queda da Bastilha foi insuperável; eu chegava a ouvir os gritos dos atacantes, a sentir o cheiro da pólvora, a ver caírem os defensores.
Cada um (a) deles (as), por estranho que pareça ser, foram construindo em mim o desejo pela profissão que mais tarde escolhi. A curiosidade em conhecer melhor o ser humano, as suas motivações, as causas da dor e do sofrimento, as perguntas sem resposta sobre a vida e a morte, cada um deles plantou em mim o desejo de ser médica.
Depois, os meus Mestres na faculdade.
Foram tantos e tantas, que tenho medo até de ser injusta. Mas um, em especial, se destaca e representa a todos (as), o meu professor de Cirurgia Vascular. Jovem, idealista, amoroso, compassivo, completou o que me ensinavam todos os professores: me ensinou a ver a vida com olhos de encantamento e de afeto. Com ele aprendi sobre o amor que não se acaba ao longo da vida, apesar das decepções e dos desencontros, mas que se transforma em carinho e cuidado.
E, por fim, o meu Professor – Pai da velhice, a quem amei com o que aprendi de todos (as) antes dele.
Marco, esteja você onde estiver, abençoe e guarde a todos os meus Pais!
Por Graça Mota Figueiredo
Professora Adjunta de Tanatologia e Cuidados Paliativos
Faculdade de Medicina de Itajubá – MG