Caros leitores, é um prazer estarmos juntos novamente.
Como já comentamos em outros painéis de educação financeira, o início de cada ano é marcado por uma série de gastos que chamamos de sazonais. Os gastos sazonais acontecem em períodos específicos do ano. Como é de conhecimento de todos, no início do ano temos que pagar, por exemplo, alguns impostos como o IPVA e o IPTU. Marca o início do ano também, a compra de material escolar para as famílias que possuem crianças em idade escolar.
Preocupado com esse gasto, o Sr. José Antônio nos enviou a seguinte pergunta:
“Pessoal do DENARIUS, bom dia! Estamos prestes a voltar as aulas. Além do nosso orçamento estar curto, os telejornais estão noticiando o aumento de preço nos materiais escolares. Tenho um neto em idade escolar e estou muito preocupado em não conseguir comprar o que ele precisa para iniciar o ano letivo. Quais as dicas para comprar os materiais escolares sem estourar o orçamento ou fazer novas dívidas?”
Sr. José Antônio, realmente essa é uma preocupação de várias famílias. Em quase todo país as aulas recomeçarão na próxima semana e muitos tutores ainda não compraram os itens necessários para as crianças iniciar o período letivo. Esse atraso nas compras leva, efetivamente, a uma corrida às papelarias/livrarias para tentar adquirir tudo o que precisa a tempo. Além disso, em geral os preços dos materiais escolares aumentaram mais do que a inflação. Na nossa região por exemplo, a cesta básica de matérias escolares aumentou em mais de 30%. E é justamente nessa “urgência de compra” que muitos tutores acabam se cometendo equívocos na compra do material escolar. Por isso, como o senhor pediu, preparamos algumas dicas.
REAPROVEITAR O QUE SOBROU DE ANOS ANTERIORES. Antes sair às compras, vale a pena pegar os materiais que sobraram de anos anteriores e verificar o que ainda pode ser aproveitado. Em geral, sempre sobra material do ano anterior. Nem sempre todas as folhas dos cadernos são utilizadas assim, vale o esforço de aproveitá-las, montando, por exemplo, um caderno “novo” com as folhas que sobraram. Veja se os materiais de uso permanente ainda estão em condições de uso, como por exemplo, apontadores, tesouras, estojos, pastas e mochilas. Usando a criatividade, você pode customizar alguns materiais e as crianças podem continuar usado. Tenha em mente que ao reaproveitar o material, você evitará o gasto com algo que você já tem (está pago) e ainda contribuirá com o meio ambiente, reduzindo o consumo de recursos naturais.
REFAZER A LISTA DE MATERIAIS, PRIORIZANDO O QUE É ESSENCIAL E O QUE ESTÁ FALTANTO. Depois de levantar o que pode ser reaproveitado, refaça a lista com o que está faltando e com o que é essencial para o início do ano letivo. Em geral, as listas de materiais são sugestões de compra. Assim, veja o que realmente será usado no início do período letivo e compre o necessário. Alguns itens podem ser comprados após o início das aulas. Assim, você evitará gastar agora com algo que somente será usado no futuro.
FAÇA UMA PESQUISA DE PREÇO ANTES DE COMPRAR. Tão importante quanto reaproveitar os materiais é pesquisar os preços antes de comprar. Em geral, as unidades municipais do PROCON realizam, anualmente, pesquisa de preço com os principais materiais escolares. Em Itajubá, por exemplo, você pode acessar a pesquisa do PROCON por meio do aplicativo que pode ser baixado em qualquer celular. Na pesquisa realizada no dia 13/01/2023, o dicionário pequeno de inglês, por exemplo, apresentou uma variação de 438% entre o menor e o maior preço (sendo que o menor preço encontrado foi de R$ 5,00 e o maior foi R$ 26,90). Além disso, no aplicativo do Procon de Itajubá você consegue ver qual a empresa oferta o produto com o menor preço. Considerando que a cidade é pequena, você pode fazer uma “rota de economia”, visitando as várias lojas para comprar apenas os produtos mais em conta em cada loja.
COMPRE PRODUTOS DE MELHOR QUALIDADE E QUE PODEM SER USADOS POR MAIS TEMPO. Procure comprar materiais de melhor qualidade e que possam ser usados em anos seguintes. Essa dica vale principalmente para os materiais de uso permanente, como estojos e mochilas. Em geral, esses produtos tendem custar um pouco mais caro. Entretanto, você evitará gastos adicionais no futuro e ainda contribuirá com a preservação do meio ambiente. Apenas como exemplo, as crianças japonesas usam sempre mochilas iguais e que duram anos, chamadas de “randoseru”. Essas mochilas são tradicionais no Japão e não possuem imagens de super-herói, banda de música ou astros do esporte. Lá, até a mochila seve como lição: cuidar bem da mochila e dos materiais que são levados nela.
PLANEJAR PARA O PRÓXIMO ANO ESCOLAR. Por fim, vale a pena colocar na sua agenda (fazer a programação) da compra dos materiais escolares. Em geral, no final do ano as papelarias fazem promoções para renovar o estoque para o próximo ano letivo. Esse é um bom momento para fazer bons negócios. Evite comprar itens que são modismo e que logo podem perder o sentido. Isso sempre criará a necessidade de comprar materiais mais atuais. Muitas vezes, esse “modismo” é usado como incentivo para a criança estudar. Entretanto, ele pode se transformar um problema de consumo no futuro. Portanto, compre itens que representam os valores cultivados pela família. Além disso, procure comprar os materiais pagando à vista. Em geral, sempre se consegue um desconto nessa forma de pagamento.
Bem Sr. José Antônio, acreditamos que, se o senhor e a sua família seguir essas 5 dicas, vocês conseguirão comprar o essencial sem se endividar. Esperamos que tenham gostado do nosso painel de hoje. Para mais informações e outras dicas de educação financeira, não deixe de nos acompanhar aqui no Programa Conexão Itajubá.
Abraço e até o nosso próximo encontro!
Autores: Prof. Dr. André Luiz Medeiros e Prof. Dr. Moisés Diniz Vassallo