O campeonato carioca há muitos anos está na frente de todos os demais campeonatos regionais quando o assunto é desorganização, polêmicas e bizarrices, mas este ano de 2020 ele ainda conseguiu surpreender a todos com situações inusitadas. Um campeonato que iniciou sem as transmissões dos jogos do Flamengo (algo jamais visto pelos torcedores mais novos), gerando muito tititi. Forçou a barra para recomeçar ainda em um momento muito perigoso em relação à pandemia na cidade do Rio de Janeiro. Com a edição da medida provisória 984, que mudou os direitos de transmissão dos jogos, acabou gerando uma nova confusão entre Federação do Estado do Rio de Janeiro, Rede Globo de Televisão, e os dois clubes que ficaram para a final que foram Flamengo e Fluminense. Várias liminares foram pedidas e expedidas pela justiça para atender direitos de quem se sentia prejudicado. Mas uma nova questão veio a público e merece uma análise: os jogos transmitidos pelas estruturas de comunicação dos clubes finalistas que são disponibilizados no canal do Youtube. São situações bem diferentes que os torcedores estão acostumados, pois os canais de televisão (aberta ou fechada) são estruturas jornalísticas que necessariamente devem ser imparciais. O que não acontece com as transmissões dos canais dos clubes. A partida da final da Taça Rio do meio da semana foi transmitida exclusivamente pela FLUTV, que é um órgão de comunicação do Fluminense. Como não tinha outra opção, a grande multidão da torcida do Flamengo teve que acessar o canal do oponente, gerando um recorde de conexões na internet e ultrapassando o próprio Flamengo que mantém destaque a nível mundial. O Fluminense e sua torcida vibraram muito por essa vitória. Mas não a vitória em campo, e sim a vitória nas redes, que não foram nas redes do gol, mas da rede mundial de computadores a famosa internet. O interessante é que o Fluminense somente conseguiu essa proeza através da torcida do Flamengo que se viu obrigada a acessar e gerar retornos ao adversário.
No final, chego à conclusão que a grande competição não está em balançar as redes do gol, mas as redes de internet.
Pelo menos essa é a minha opinião!