Certa noite, um dos empregados teve uma visão: um anjo lhe disse que no domingo seguinte visitaria uma família muito pobre do lugar e lhe daria aquilo que mais lhe faltava. Entusiasmado, o trabalhador reuniu os amigos e contou a novidade. Logo a notícia se espalhou e cada um tentava adivinhar quem o anjo visitaria. Uns diziam que seria a tal mulher doente, outros apostavam num senhor com oito filhos que dormiam no chão, enfim, ninguém deixou de dar o seu palpite.
Na segunda-feira, logo que o dia amanheceu, a correria foi grande para confirmar quem fora agraciado pelo anjo. Quando souberam que a visita não aconteceu a nenhum deles, começaram a se revoltar e tentaram agredir o trabalhador que teve a visão, mas logo chegou o patrão contando:
– Ontem, um anjo enviado por Deus esteve na minha casa. Ele disse-me que há muito sofrimento entre vocês porque sou injusto na condição de vida que lhes proporciono. Enquanto cada um dos senhores se aproxima de Jesus pela dor, eu e minha família nos afastamos do Senhor pela ambição. Portanto, éramos espiritualmente os mais pobres deste lugar! Antes de partir, o anjo colocou muito amor no nosso coração e só então pudemos perceber o quanto devemos ajudar vocês. De hoje em diante, teremos o compromisso de tratá-los com dignidade, respeito e nada lhes faltará.
Que história maravilhosa, não? Lembre-se agora quantas vezes um anjo já esteve ao seu lado dizendo que você teria que mudar de vida e socorrer os necessitados… Quer uma ajuda para trazer o passado para o presente? Talvez alguém tenha pedido o seu auxílio para um pobre e você adiou a contribuição; ou, quem sabe, por ‘falta de tempo’, você deixou de rezar pela paz no mundo; ou será que, por teimosia, insiste em não participar de alguma pastoral da Igreja?
Tudo isso já aconteceu comigo e sei como fechei o coração em algumas fases da vida. Por isso, se está adormecido na fé, convido você a se tornar ‘anjo’ também. Cada visita que fizer à casa de quem mais precisa da sua ajuda, maior será seu próximo voo na evangelização.
A felicidade se conquista principalmente com paz na família, fé no coração e amor ao próximo. Temos que nos aproximar de Jesus a cada dia antes que as forças do mal cortem as nossas ‘asas de anjos’. Sem a condição de anjo, fica muito mais difícil transpor as dificuldades e salvar a humanidade. Quando descobri o tamanho das ‘minhas asas’, ganhei confiança e passei a servir melhor a Deus – voando todos os dias. E como é bom voar!
Portanto, se suas asas ainda estão fechadas, comece a movimentá-las com oração, depois dê pequenos saltos através da caridade e, finalmente, voe junto conosco, cristãos comprometidos, porque Jesus abre o caminho da evangelização à nossa frente. E há muitas maneiras de evangelizar porque o mundo é movido pela comunicação!
Temos o dever de nos comunicarmos bem: com naturalidade, conhecimento do assunto e entusiasmo; mas de que adianta tudo isso se não falarmos a verdade? Também é importante ter credibilidade para maior convencimento, que pode ser conquistada a cada dia com conduta exemplar. E a humildade do evangelizador, não é fundamental para atingir os corações necessitados? É claro que são características que não podemos desprezar, mas sem a ajuda divina, fica muito mais difícil uma comunicação eficaz; portanto, a oração também não pode faltar.
Dizem que cerca de 50% do poder de comunicação do ser humano está na linguagem corporal, 40% na voz e apenas 10% nas palavras. Isso significa que sem a gesticulação e a emoção, de quase nada adiantam as palavras! Mesmo assim, Jesus continua sendo o maior comunicador da história porque sua Palavra é recitada, ouvida e seguida em todo o mundo. Imagine se O víssemos falando à nossa frente, quanta paz nos traria!
Mas podemos ser anjos porta-vozes de Cristo, concorda? A melhor maneira de fazermos isso é nos unirmos no amor para construirmos juntos um mundo novo. Uma simples frase dita com sinceridade e fé pode ajudar a curar um irmão, como, por exemplo: “Deus te abençoe!”
E para lembrar que precisamos aproveitar bem as oportunidades que temos na evangelização, vou lembrar a história de um mosteiro onde os monges só podiam dizer duas palavras por ano! No final do primeiro ano que lá estava, um noviço foi até o monge superior e disse: ‘Comida fria’. Após o segundo ano, ele falou: ‘Cama dura’. Mais um ano se passou e lá estava ele de novo para dizer: ‘Vou embora’. O religioso superior escreveu este bilhete a ele: “Eu sabia que não ficaria. Você só reclama!’