A TV contribui muito para os ‘modismos’ que estamos vivendo e, infelizmente, não sobra quase nada de bom na programação da Globo se deixarmos de fora do horário nobre: notícias, filmes e esportes. E não podemos negar que a culpa disso é só nossa, que damos audiência máxima às novelas e ao ‘Big Brother Brasil’. Quem fica mais de uma semana fazendo palhaçadas ou se despindo na frente das câmeras vira ídolo e, a partir disso, começa a enriquecer com novos trabalhos na mídia. Não importa se o ‘famoso’ tem escolaridade ou boa comunicação, basta ser popular!
Enquanto Moacyr Franco, Joanna, Toquinho, Benito di Paula, Belchior e outros grandes talentos ficam fora dos nossos lares, vamos espiando o que acontece na ‘casa mais vigiada do Brasil’, onde besteiras e brigas não têm limites para acontecer. Talvez alguém pudesse defender esse tipo de programa afirmando que ‘faz parte da nossa realidade’; será mesmo?
Você concordaria em deixar filmar algum tipo de confusão em sua casa? Gostaria que pessoas rissem dos seus problemas? Esse tipo de ‘realidade’, que não contribui em nada para a formação cultural do nosso povo precisa vir à tona? Ah, mas a Globo ganha demais com isso, não é verdade?
E a explicação para o sucesso popular do BBB é simples: tem quem gosta; aliás, tem muita gente que gosta! E os que não gostam, o que fazer? Há noites que dá vontade de ver programas melhores para aliviar a carga de trabalho daquele dia, mas… Bem, os poucos que recorrem à TV Canção Nova, por exemplo, encontram alimento espiritual e conforto para a alma.
Como pouca gente se interessa em aprender os ensinamentos evangélicos e colocá-los em prática, uma opção seria recorrer a bate-papos com os amigos; contudo, há bons amigos para conversas sadias? Acho que todos responderiam ‘sim’, porém, há pesquisas indicando que isto já não é tão fácil como antigamente. Então, que tal cuidar das boas companhias?
Uma história retrata um grande terremoto onde morreram milhares de pessoas e animais, entre eles: João de Deus, seu cavalo e seu cachorro. Algum tempo depois, acordaram num lugar desconhecido com várias opções de caminhos para seguirem. Entraram na estrada mais próxima, logo chegaram numa porteira e foram atendidos por uma linda jovem:
– Que bom que vieram! O que desejam?
– Queremos um lugar para ficar eternamente; podemos entrar? – perguntou João.
– Infelizmente animais não entram aqui. Se desejar, somente o senhor será aceito – respondeu a moça.
– Eu agradeço, mas onde meus amigos não podem ficar eu também não entrarei.
E seguindo por outro caminho, avistaram mais uma porteira e foram igualmente bem atendidos por outra jovem:
– Olá, seu João, seja bem-vindo! Estávamos à sua espera.
– Mas eu não entrarei sem estes fiéis amigos que trouxe comigo. Fizeram parte de minha vida e não os abandonarei.
– Não se preocupe, eles serão nossos convidados especiais e não os deixaremos do lado de fora; na verdade, eu precisava ter certeza que o senhor os amava para liberar sua entrada no Céu.
Assim, os três amigos descansaram juntos no Paraíso.
Shakespeare também escreveu a respeito de amor e amizade:
“Perguntei a um sábio a diferença que havia entre amor e amizade, ele me disse essa verdade… O amor é mais sensível, a amizade mais segura. O amor nos dá asas, a amizade o chão. No amor há mais carinho, na amizade compreensão. O amor é plantado e com carinho cultivado, a amizade vem faceira e, com troca de alegria e tristeza, torna-se uma grande e querida companheira. Mas quando o amor é sincero ele vem com um grande amigo, e quando a amizade é concreta ela é cheia de amor e carinho. Quando se tem um amigo ou uma grande paixão, ambos sentimentos coexistem dentro do seu coração.”
Então, quem sabe, valorizando mais o convívio ético e moral na sociedade, aos poucos poderemos deixar de prestigiar imoralidades na televisão. E se você é contra tudo isto que escrevi, respeito sua opinião e continuarei rezando para que a vontade de Deus prevaleça muito além da nossa. Não sou o dono da verdade, mas sou o filho do Dono.