Existe um grande amigo , mestre das artes eqüestres e escritor que conta uma história interessante em seu último livro, Nidzingi, uma escola chamada cavalo. No livro ele narra a trajetória de um homem jovem , a beira da morte após um acidente no esporte. Este jovem ao entrar em coma pede socorro e a partir daí passa a um plano dimensional onde se vê diante de 13 mestres cavaleiros em uma escola de cavalaria . Ele é convidado a ingressar nesta escola onde passa por provas relacionadas ao universo eqüestre. Nesta história a simbiose entre o homem e o cavalo é a base para o auto-conhecimento almejado pelo personagem. Nessa busca, orientada pelos 13 mestres , ele passa por processos ligados diretamente as artes da cultura eqüestre universal.
Nesta escola a auto-transformação é um trabalho interno sugerido pela relação homem /cavalo.
Esta é uma história de caráter filosófico muito interessante. Nos mostra como a influencia do convívio com os cavalos pode transformar nossa maneira de pensar e conseqüentemente, nossa maneira de agir, mesmo aqui no nosso plano real. Xenofonte,filósofo, general e cavaleiro grego que viveu no séc. IV a/c, recomendava o trabalho com cavalos para a cura de todos os males. Xenofonte era um pouco de médico também e foi ele quem escreveu o primeiro tratado eqüestre da história da humanidade. Tratado este que é atualíssimo mais que foi esquecido por muito tempo até ser colocado em pauta novamente nos dias de hoje.
Durante o século vinte, pouca relação se mantinha com os cavalos devido a urbanização e a mecanização do campo. As pessoas iam às hípicas somente para montar, quase nunca se relacionavam com os cavalos e não tinham tempo para perceberem os benefícios desta relação e até mesmo nem acreditavam que poderia haver benefícios além das perdas de calorias.
Estamos atualmente comprovando a eficácia dos bens causados pelo relacionamento e utilização dos cavalos, tanto que na Inglaterra e na América já existem escolas que mantém aulas de equitação no currículo escolar e estão comprovando uma melhoria no aproveitamento de outras disciplinas. Na Irlanda, nos arredores de Dublin, onde o índice de criminalidade era alarmente, viviam cavalos sem donos soltos pela rua. Um padre teve a feliz idéia de conseguir abrigo para os cavalos e pedir ajuda para as crianças do bairro para cuidar deles. Após alguns anos verificou-se uma sensível diminuição na criminalidade e o projeto do padre agrega centenas de crianças e cavalos em vários locais da periferia. Uma idéia simples, eficiente e barato que utiliza o cavalo para sanar muitas doenças sociais. Portanto, como diria Xenofonte , na escola da vida e nas instituições, o cavalo contribui para aprimorar o conhecimento e curar males de quem tem intimidade com eles.