Havia uma tribo que morava num lugar horrível. Lá, quase não batia sol, nem viam as estrelas e existiam poucos animais. Viviam à beira de um rio, se alimentando de peixes e sempre com medo de saírem daquele buraco.
Um dia, um grupo de jovens resolveu se aventurar pelos caminhos escuros e descobrir outros meios de sobrevivência. Enfrentando muitos perigos, foram em frente até chegarem ao topo de uma montanha. Maravilhados com a luz do sol e o verde da mata, iniciaram uma discussão para resolver se voltariam ou não à tribo, buscando os que lá ficaram. Como não chegaram a um acordo, alguns foram em frente e outros retornaram – novamente enfrentando todos os perigos, por amor aos amigos que deixaram para trás.
De volta ao esconderijo, os eufóricos jovens começaram a contar tudo o que lhes esperava do outro lado, mas, julgados loucos pelos mais velhos, foram condenados à morte. Uns morreram e outros conseguiram escapar, levando mais pessoas para desfrutarem as maravilhas que Deus pôs na natureza.
O tempo foi passando e, quanto mais coisas descobriam, mais tentativas faziam para trazer aqueles que ficaram na escuridão. E sempre a história se repetia: uns aceitavam, saíam e não se arrependiam; mas os teimosos preferiam não acreditar em nada e expulsavam os ‘loucos’.
Pois bem, onde nos encaixamos na história? Continuamos no mundo perdido, estamos acomodados no lugar maravilhoso, ou buscamos resgatar aqueles que precisam de ajuda?. Jovem, antes que responda, lembre-se de Nossa Senhora quando estava grávida em Nazaré. Ela viveu um tempo de espera como estamos vivendo hoje!
Maria era uma jovem humilde, vivia com pouco conforto, não havia estudado muito e nem exercia poder sobre outras pessoas; mas, então, por que foi escolhida para ser a Mãe do Filho de Deus? Com certeza, porque tinha um coração puro, não pecava e confiava na Palavra que ouvia no Templo. E muitas outras coisas contribuíram: seguia os exemplos de vivência na justiça e no amor de seus pais; aceitava com fé as tribulações impostas pelos homens e perseverava nos caminhos do bem.
Mesmo grávida, ajudou por três meses sua prima Isabel, viajou dezenas de quilômetros com seu esposo para o Egito e se instalou num estábulo para ter um filho! É impressionante até imaginar o quanto Maria rezou e se esforçou para nos dar o Salvador, não? Você conhece alguém que já passou por isto: viajar grávida, praticamente sem dinheiro, com perseguição às costas, sem ter para onde ir, confiando e agradecendo?
Sim, ela viveu o espírito do Natal! Com santidade, ela quis servir a Deus e aceitou a Sua vontade! E nós, servimos o nosso Criador? Temos tempo para ajudar no Seu Plano de Salvação? Que tal rezarmos diariamente o terço e meditarmos na Palavra de Deus? E nos encontrarmos mais vezes com Cristo na Eucaristia e na visita aos pobres? Também podemos: praticar todo tipo de perdão, fazer uma boa confissão, participar da Adoração ao Santíssimo, rezar com os doentes, ajudar os encarcerados, ser agentes de evangelização e de paz na família!
Um dia, não seremos julgados pelas roupas que compramos, nem pelas viagens que fizemos, mas, sobretudo, pelas nossas obras espirituais. Quem não tem tempo para Deus, vive perdendo tempo e pode perder o Céu!
Com relação à história do início, quem se encontra acomodado na melhor situação, precisa tomar a iniciativa de se juntar àqueles que estão resgatando almas para Deus; e os que estão perdidos, logo serão chamados e precisam aceitar o convite de salvação. Rezando, algum sinal virá em breve do Céu, mostrando o caminho a seguir. Confie nisso!
Sabemos que há muitos que continuam vivendo nas trevas, não conhecem os caminhos da graça e aguardam os nossos testemunhos de fé. Cabe a cada um de nós, mais privilegiados, retirá-los do mundo obscuro e conduzi-los ao amor infinito de Deus.
Isso não é loucura, pois sempre foi e sempre será assim. Até que Jesus Cristo volte, milhares de pessoas O seguirão e outras, infelizes, O trairão. Mas ainda há tempo de prepararmos muitos corações para o renascimento do Menino Salvador. Olhe para Nossa Senhora, a primeira cristã, e, com amor, faça também a sua parte.