Grosso modo, podemos entender o jardim como algo que é nosso, dos cidadãos, como a extensão do jardim de nossa casa, concentrando a privacidade, o que está no mais recôndito de nós, ou seja, nossa alma. Diante do que vem ocorrendo em Itajubá, eu diria que a reforma ou destruição de nosso jardim é algo avassalador, como um saque, uma pilhagem em nossa alma. O projeto de se reformar a praça não incluía cortar nossas árvores. Fizessem lá seus modernismos, um novo tipo de arquitetura ou coisa assim, mas que não roubassem nosso jardim, que não assassinassem nossas árvores. Permanecessem lá nos limites públicos e não invadissem nossa privacidade. Ora, sentindo-nos como saqueados ou privados de nossa alma, assistimos estupefatos, impotentes, indignados à derrubada das árvores.
No momento atual de preocupação com o planeta, com a natureza, quando nossa missão maior é a de ensinar às nossas crianças o respeito para com os animais, com as árvores, plantas e flores, não é possível compreender uma atitude tão arbitrária como essa, jamais vista nos registros históricos da cidade. No momento em que cada cidadão já aprendeu e já sabe que se quiser cortar um arbusto que seja no seu quintal deverá pedir autorização à Prefeitura, é simplesmente absurdo e incompreensível que tenham cortado tantas árvores. Francamente, não só saquearam nosso jardim como também a moral da Secretaria do Meio Ambiente. A quem iremos nós?
No jardim se encontra a biografia dos cidadãos e na praça, a história da cidade. No momento atual, eu diria que perdemos um e outro.