A importância de tais variáveis locais deriva, fundamentalmente, das cadeias de relações que são necessárias à inovação. Ainda que as conexões internacionais (e a globalização) tenham importância, a influência dos “sistemas locais e nacionais” de ensino, de relações industriais, institucionais, políticos, governamentais e culturais são tão (e na maioria das vezes) mais relevantes.
À primeira vista, as atividades das grandes corporações multinacionais parecem oferecer uma “força à competitividade internacional” dada a diversidade de locais em que estão presentes. As maiores corporações no mundo, independente de onde estão localizadas suas matrizes – nos Estados Unidos, no Japão ou em outro lugar -, tem investido em muitas localidades diferentes. Porém, até a atualidade (início do século XXI), a maior parte desse investimento está presentes, apenas, dentro da área das maiores economias do mundo. Logo, esse fenômeno poderia ser descrito mais como “localização” do que como “globalização”.
A proximidade geográfica e cultural entre os usuários e uma cadeia institucionalizada de relações entre os produtores é uma fonte importante de diversidade e de vantagem competitiva, como o é a disponibilidade local de habilidades administrativas, técnicas e o conhecimento tácito acumulado. Quando ocorrem as “inovações radicais” a importância da variedade institucional e do aprendizado local é ainda maior.
Assim é essencial enfatizar a interdependência entre o progresso econômico com os arranjos institucionais locais. Logo, é importante que os habitantes locais percebam que as políticas autóctones confrontam a necessidade para a solução de um problema dual: a difusão de tecnologias genéricas padronizadas é certamente importante e estas, às vezes, podem requerer investimento interno e transferência de tecnologia; porém, são também importantes políticas para encorajar a diversidade e a originalidade local.
Valorizar as raízes locais é uma ação relevante para o desenvolvimento econômico de uma região ou país. Como já escreveu o grande ícone universal Tolstoi: “se queres ser universal, comece por pintar a tua aldeia”.
Referências:
DOSI, G.; et al. (eds.). (1992) Technology and enterprise in a historical perspective. Oxford: Claseudon Press.
FREEMAN, C. (1998). Innovation systems city-state, national, continental and sub-national. Notas técnicas 02/98 do IE-UFRJ, Rio de Janeiro.
NELSON, Richard R. (1992). National innovation systems a retrospective on a study. Industrial and Corporate Change, v. 1, n. 2, p. 347-374.
PEREZ, Carlota. (1986). Las nuevas tecnologias una visíon de conjunto. In: OMINAMI, Carlos (org.). La tercera revolutión industral: impactos internacionalis del actual viraje tecnológico. Buenos Aires : Grupo Editor Latinoamericano, p. 43-89.