– Você me colocou para viajar com este negro? Exijo outro lugar imediatamente!
A funcionária ficou meio desconcertada e respondeu:
– O nosso voo está lotado, mas verei o que posso fazer.
Após alguns minutos, ela voltou e disse à passageira insatisfeita:
– Como eu suspeitava, não há mais lugares vagos na classe econômica e nem na classe executiva; entretanto, há um lugar na primeira classe. Conversei com o comandante e ele resolveu abrir uma exceção, transferindo alguém com assento na classe econômica para a classe mais cara do voo.
A passageira, toda sorridente, agradeceu:
– Fico feliz com a resposta da senhorita e gostaria de cumprimentar o piloto também.
Então, a aeromoça completou:
– Essa mudança vai acontecer pelo fato de uma pessoa ser obrigada a sentar-se ao lado de outra tão mesquinha!
E dirigindo-se ao negro, falou:
– Senhor, se for de sua vontade, pegue seus pertences que o assento na primeira classe está à sua espera. Será um grande prazer para todos que lá estão viajarem na sua companhia.
Aqueles passageiros que ouviram a conversa, aplaudiram quando o africano se levantou para mudar de lugar. Da mesma forma, precisamos mostrar indignação quando coisas desse tipo acontecem à nossa volta. Se não protestarmos, a exclusão social vai ganhando espaço e o mal acaba invadindo muitos corações.
Por outro lado, há histórias belíssimas que retratam o amor do ser humano pelas coisas de Deus, inclusive pelos animais. Leia esta:
Serapião era um velho mendigo que perambulava pelas ruas da cidade. Ele não pedia dinheiro, mas aceitava um pão ou sobras de comida dos mais abastados. Ao seu lado, sempre estava um vira-lata que atendia pelo nome de Malhado.
O pobre homem não bebia álcool, era tranquilo, mesmo quando não tinha nem um pouco de comida para matar a fome. Dizia que Deus lhe daria algo na hora certa e isso sempre acontecia.
Tudo aquilo que ganhava dava primeiro ao Malhado que, paciente, comia e ficava a esperar por mais um pouco. Não tinham onde morar e, quando anoitecia, dormiam onde estavam. Quando chovia, procuravam abrigo embaixo da ponte.
Certo dia, um senhor idoso foi bater um papo com o velho Serapião. Iniciou a conversa falando do Malhado, perguntando pela idade dele. O mendigo respondeu que não tinha ideia, pois se encontraram quando andavam pelas ruas, e contou:
– Nossa amizade começou com um pedaço de pão. Ele parecia estar faminto e eu lhe ofereci um pouco do meu almoço. O senhor precisava ver como ele agradeceu, abanando o rabo, e daí não me largou mais. Ajuda-me muito e eu retribuo sempre que posso.
– Mas, como vocês se ajudam?
– Ele vigia quando estou dormindo. Ninguém pode chegar perto que ele late e ataca. Também quando ele dorme, fico vigiando para que outro cachorro não o incomode.
– Serapião, você tem algum desejo na vida?
– Sim, tenho vontade de comer um cachorro quente, daqueles que a Zezé vende ali na esquina.
– Só isso?
– No momento é só isso que desejo.
– Pois bem, vou satisfazer agora esse grande desejo.
Assim que o idoso voltou e lhe entregou o sanduíche, ele arregalou os olhos, deu um sorriso e agradeceu a dádiva. Em seguida, jogou a salsicha para o Malhado e comeu o pão com os temperos.
Não entendendo aquele gesto do mendigo, o senhor perguntou intrigado:
– Por que você deu logo a salsicha para o Malhado?
– Para o melhor amigo, o melhor pedaço!
E continuou comendo, alegre e satisfeito. Admirado, aquele cidadão mais velho saiu dali contente por ter aprendido mais uma lição na vida: ‘Para o melhor amigo, o melhor pedaço!’. Isso veio de encontro com outra frase de efeito que ele conhecia, retratando o amor que devemos ter para com nossos irmãos: ‘As pessoas são pesadas demais para serem levadas nos ombros. Leve-as no coração’.
Recomendo que você deixe brotar do seu peito o desejo intenso de fazer o bem, seja a quem for. Se não maltratamos os animais, por que excluir pessoas? Jesus Cristo veio ao mundo para socorrer os sofredores e continua nos chamando para essa missão.
E os sinais que Ele nos dá não param, pois há anos, na costa ocidental da Índia, a água de um Tsunami não entrou na Basílica de Nossa Senhora da Saúde, a 100 metros da praia – segundo palavras do bispo diocesano, Dom Devadass Ambrose. As ondas de 12 metros inundaram todos os estabelecimentos ao redor, mas os dois mil fiéis que estavam na igreja nada sofreram. E lá se encontravam pessoas de várias raças!
Concluindo, peço que você também reze intensamente pela saúde corporal e espiritual do Papa. Independente da nacionalidade, ele foi escolhido por Deus para ser o nosso santo pastor.