– Eu vi que nós temos um cachorro em casa e eles têm quatro. Nós temos uma piscina que alcança metade do jardim, eles têm um riacho que não tem fim. Nós temos uma varanda iluminada com luz artificial, eles têm as estrelas e a lua. Nosso quintal vai até o portão de entrada, eles têm uma floresta inteira. Obrigado, pai, por me mostrar o quanto somos pobres!
Não é verdade que isso tudo depende da maneira de como olhamos para as coisas? Se temos fé, amor, saúde, paz, amigos, família e ainda nos sobra alguns trocados para ajudar um irmão necessitado, nós temos tudo!
Infelizmente, alguns filhos herdam dos pais um quadro pintado com as cores do mundo, onde não existe a mão de Deus abençoando as pessoas, onde as paisagens refletem somente riquezas materiais e onde o maior artista do mundo é aquele que pegou no pincel. Assim, o consumismo aumenta e a religião fica em último plano na vida dos pobres filhos ricos. Mal sabem eles que, às vezes, a falta de dinheiro chega a ser uma bênção!
Diariamente, às seis da tarde, muitas pessoas rezam com o terço nas mãos, fé no coração e alcançam pela misericórdia de Deus muitas graças. Se somente dessem valor às roupas caras e festas, estariam rezando? Chegariam ao céu?
Quem experimenta o amor da Mãe maravilhosa que temos pode testemunhar o quanto somos abençoados por Ela. Mesmo sabendo que não passamos de simples poeira numa imensa casa – em comparação ao poder do nosso Criador -, Nossa Senhora cuida de cada um de nós como cuidou de seu filho Jesus. E mesmo aqueles que se afastam de seus braços, Ela os espera retornar para conduzi-los à vida eterna.
Ah, lembrei-me da história verídica de uma menina cristã americana, chamada Emy. Com três anos de idade, ela começou a questionar porquê não tinha olhos azuis como os pais e os irmãos. Respondiam-lhe que um dia Deus iria lhe mostrar a razão.
Anos depois, Emy foi ser missionária na Índia e lutava para libertar as crianças que seriam vendidas pelas famílias que passavam fome; mas, para poder entrar nos ‘templos’ de comércio sem ser reconhecida como estrangeira, se disfarçava de indiana: passando pó de café na pele, cobrindo os cabelos etc. Um dia, uma amiga lhe disse: “Puxa, Emy, você já pensou que não teria como se disfarçar se tivesse olhos claros como todos da sua família?”
Creia que Deus está no controle de tudo. Ele sabe o quanto somos pobres de espírito, mas ouve todas as nossas orações e as responde na hora certa. Confie nisso, caminhe junto com a Igreja Católica e terá muitas histórias lindas para contar.
Viva Nossa Senhora Aparecida, Padroeira do nosso Brasil!
Paulo R. Labegalini
Vicentino, Ovisista e Cursilhista de Itajubá. Engenheiro civil e professor doutor do Instituto Federal Sul de Minas (Pouso Alegre – MG).