
A origem do Death Café remonta a 2004, com o sociólogo suíço Bernard Crettaz e seu projeto «Café Mortel». Inspirado por Crettaz, o desenvolvedor britânico Jon Underwood, com a ajuda de sua mãe, a psicoterapeuta Sue Barsky Reid, lançou o conceito no Reino Unido em 2011, espalhando-o globalmente a partir dali.
O Death Cafe não tem funcionários. Foi administrado voluntariamente por Jon Underwood em Hackney, no leste de Londres, até junho de 2017. Jon morreu repentinamente em 27 de junho de 2017 e o Death Cafe agora é administrado por Susan Barsky Reid , mãe de Jon, e sua irmã Jools Barsky .
Os Death Cafes se espalharam rapidamente pela Europa, América do Norte, Austrália e Ásia. No Brasil, a gerontóloga Elca Rubinstein e o psiquiatra Bernardo di Gregorio fizeram acontecer o primeiro deles em São Paulo, em 2014. É uma “franquia social”, o que significa que qualquer pessoa pode reproduzi-lo em qualquer lugar, desde que siga o desenho original.
Trata-se de um ambiente aberto à presença de qualquer pessoa que queira conversar sobre a morte. Não é um Grupo de Apoio, nem um Grupo Terapêutico, mas uma Roda de Conversa livre e aberta, onde o tema morte pode ser discutido com leveza.
A intenção, em todos os grupos similares (existem muitos, e o Death Café é apenas um deles), é vencer aos poucos o tabu da morte na sociedade.
Pode-se dizer que todos os grupos humanos temem a morte, com o seu poder de vencer a vida. Ademais, a incógnita desconfortável do que acontece depois dela não ajuda na aceitação serena da morte.
Entretanto, ela é o fim de toda vida, e não só da vida humana. As folhas das árvores morrem, os passarinhos que fazem ninhos nelas morrem um dia, e nós também, como parte do Universo vivo.
Sendo assim, de que vale fugir de algo que é certo? Melhor, muito melhor, é fazer dela nossa amiga, se possível. Porque ela pode, sim, ser amável, suave e delicada. Prá isso temos os Cuidados Paliativos, cuja última missão é trazer uma morte digna, é fazer do último ato da peça da nossa vida, uma apoteose!
Em Itajubá teremos, a partir de setembro, uma vez por mês, o nosso Death Café.
Serão nossas “madrinhas”, duas Professoras da USP de Ribeirão Preto, que estarão conosco no dia 19 de setembro. Pela manhã elas darão formação “técnica” a algumas pessoas que futuramente se encarregarão das reuniões, e à tarde farão conosco o primeiro Death Café.
Aguardem. Logo mais teremos mais notícias.
Por Graça Mota Figueiredo
Professora Adjunta de Tanatologia e Cuidados Paliativos da Faculdade de Medicina de Itajubá – MG