“Apenas um olhar é suficiente. Um olhar é capaz de mudar uma pessoa. Um olhar que cruza outro olhar é capaz de mudar duas vidas.
Existem vários olhares: o olhar tímido, o olhar singelo, o olhar carinhoso, o olhar que entende, o olhar que reprova, o olhar que ama, o olhar que reprime, o que odeia, o distante, o que ajuda, ou apenas compreende.
Tem aquele olhar que magoa, ou que cria indiferença. O olhar que brilha, o olhar amargurado, seco. O olhar que pergunta, ou mesmo que responde. O olhar que procura, o olhar que encontra. O olhar que vislumbra, que almeja. O olhar chateado, triste, o olhar de choro, de desespero. O olhar alegre, de agradecimento. O olhar provocante, o olhar safado, crítico, e o olhar revigorado. O olhar desapontado, o olhar de quem acabou de vencer. O olhar que xinga, ou que diz o que sente.
Um olhar que contenta só em olhar. Um olhar que não entende que é hora de parar. Um só olhar é suficiente. Vale mais que mil palavras! O olhar trai, mas é incapaz de esconder uma mentira.
Por isso, não tente passar uma imagem que não é sua, seu olhar pode ser traiçoeiro. Não minta, não tente enganar, nem tente ser o que jamais conseguirá ser, nem aquilo que nunca foi, se não for de sua índole.
Olhe-se no espelho e se conheça. Não sinta vergonha do que é. Não se compare. Dê valor em si. Você é exatamente o que você faz. Se almejar algo, lute. Acredite em seu potencial. Para o bem, ou para o mal, seu olhar é a única coisa em você que pode dizer-lhe o que você é e onde pretende chegar.”
Também nos encontros de Cursilhos, aprendemos a olhar para dentro de nós mesmos. É um exercício simples, mas importante para a nossa caminhada cristã. Quem olha os pecados e virtudes que possui, pode redefinir o rumo que quer seguir com Cristo. Porém, quer seja na fé ou na intuição, há um prazo limitado para buscar a felicidade. Uns a conquistam mais cedo porque aprendem rapidamente com os erros; outros demoram muito para acordar e ver que a vida precisa ser vivida dando e recebendo amor.
Leia esta história que limita o tempo da felicidade de um cidadão:
Era uma vez, num reino distante, um soberano que era amante da fauna e da flora e tinha um burro de estimação chamado Mudinho. O animal o acompanhava desde a infância, quando ainda era príncipe, e fora o seu padrinho que o presenteou.
Certo dia, o rei baixou um decreto, convocando todas as pessoas do reino para ensinarem seu burro a falar. Os súditos acharam um absurdo e chegaram à conclusão que o rei precisava de tratamento. O povo dizia que o rei estava ficando esclerosado. Mas de nada adiantou.
Passou algum tempo e ninguém se habilitou àquela proeza. No entanto, passava pelo reinado um sábio e ficou sabendo do decreto. Ele se apresentou ao rei e disse que em 20 anos faria o burro falar, mas, em troca, queria casa e comida nas mais altas regalias para ambos, imediatamente!
O velho rei achou 20 anos muito tempo, mas acabou concordando, pois o seu desejo de ouvir o Mudinho falando era imensurável. Todos ficaram indecisos, duvidosos e admirados daquela insana empreitada do sábio, e diziam que o louco não era o rei e sim o sábio que, ao término do prazo, seria morto se falhasse.
Um dia, uma criança perguntou ao sábio se o burro realmente falaria, e ele respondeu:
– Por que importas? Daqui a 20 anos, um de nós três não existirá mais!
A criança ouviu, não compreendeu e continuou achando igual a todo mundo: que o sábio era muito mais doido que o próprio rei.
E você, caro leitor, sabe como identificar o olhar doido de um cristão autêntico? Aqui vai uma dica: o olhar do cristão é um olhar apaixonado por Jesus, Maria e José, que dura eternamente!