
Nem sempre ela, a liberdade, é bem utilizada. Infelizmente…
Muitas vezes ela serve para manipular opiniões, para juntar fortunas por meios escusos, e tantos outros males ela causa, que alguns de nós às vezes até a abandonam e preferem viver em cativeiro (de ideias, de valores, de escolhas, e por aí em frente).
Mas às vezes se morre por ela, também. Literalmente.
“Em 1803, na costa da Geórgia, 75 homens e mulheres igbos fizeram uma escolha que ecoou no mar e atravessou os séculos: morrer livres antes de viver acorrentados.
A comunidade Igbo era temida pelos negreiros. Rebelde, indomável, conhecida por desafiar senhores, fugir sempre que possível e, muitas vezes, preferir a morte à escravidão.
Naquele navio, apertados sob o convés, os igbos começaram a cantar. Não era apenas música — era um juramento.
Os marinheiros tentaram calá-los. Mas as vozes se ergueram, firmes, como trovão. E naquele canto, eles encontraram a força da libertação.
Tomaram o controle do navio. Mas não buscavam retorno nem fuga. O destino deles não seria uma plantação… seria o próprio mar.
Um a um, entoando “Orimiri Omambala bu anyi bia, Orimiri Omambala ka anyi ga exina” (“O espírito da água de Omambala trouxe-nos aqui, o espírito da água de Omambala nos levará de volta”), eles se lançaram às águas de Dunbar Creek.
O oceano os recebeu não como cova, mas como lar.
As crônicas dos colonizadores chamaram de “suicídio”.
Mas entre a diáspora africana, ficou marcado como resistência.
Dizia-se que suas almas jamais se afogaram. Que, na noite silenciosa, nos pântanos da Geórgia, ainda ecoa distante:
“Orimiri… Orimiri”…
Um lembrete eterno: mesmo acorrentados, eles escolheram a liberdade.” Trecho retirado do texto do Instagram: https://www.instagram.com/sobreliteratura_/profilecard/?igsh=MXB2aTI3d2FqcHppNg
Por Graça Mota Figueiredo
Professora Adjunta de Tanatologia e Cuidados Paliativos
Faculdade de Medicina de Itajubá – MG