Pela primeira vez esta coluna é escrita por um cidadão itajubense. Eu sou natural de São Paulo e já me considerava mineiro de coração, mas, após o título de ‘Cidadão Honorário’, aos 54 anos tornei-me conterrâneo daqueles que aqui nasceram.
A solenidade aconteceu em 28 de setembro no Campus da Universidade Federal de Itajubá, em Sessão Solene da Câmara, contando com as presenças de autoridades locais: prefeito, juízes, promotores etc. Cada vereador indicou uma pessoa para receber o título e os dez nomes foram aprovados por unanimidade em reunião anterior.
Os demais homenageados foram: Antonio Carlos Parreira Tiengo, Celem Mohallem, José Ribeiro dos Santos, Jussara Maria Rocha, Luiz Gonzaga Camargo, Octávio Scofano, Ronaldo César Brasil de Souza, Tereza Cristina Figueira Cavalca e Valéria do Carmo Bento Borges – todos declaradamente emocionados.
O Auditório Prof. João Luiz Carneiro Rennó estava lotado, cerca de 200 pessoas atentas a tudo que acontecia: apresentação do coral sob a regência do maestro Amaury Vieira; exibições de fotos, histórias de vida e currículos elogiosos.
Antes de ser chamado para receber o prêmio, houve a narração dos resultados abençoados que obtive no passado e o telão apresentou imagens que selecionei para aquele momento, com: minha esposa, meus filhos, minha netinha, minha mãe, reitor da Universidade, amigos Amaury e Lenarth, padres Clemildes e Fábio de Melo.
Com a voz meio embargada, eu disse de improviso mais ou menos isto:
“Em primeiro lugar, quero parabenizar os demais homenageados, todos merecedores dos títulos que recebem nesta noite. Eu aprendi a amar esta cidade desde 1974, quando cheguei para estudar. Aqui me formei, constitui família e continuo trabalhando. A cada elogio que recebo, considero um sinal de Deus, dizendo que estou no caminho certo, que sou um cidadão de bem. Agradeço: as pessoas que me ajudam na Pró-Reitoria de Cultura e Extensão, na Incubadora Tecnológica de Cooperativas Populares, os professores Renato Nunes e Paulo Shigueme que confiam no meu trabalho, agentes da Comunidade Nossa Senhora do Sagrado Coração, Pastoral Familiar, vicentinos, amigos de Cursilho e Ovisa – também responsáveis pelos meus feitos. Neste horário, eu estaria em reunião semanal dos vicentinos, mas o Presidente da Conferência resolveu cancelar para também estar aqui. Recebi dezenas de e-mails carinhosos esta semana parabenizando-me pelo título, e quero ler apenas um deles, escrito por um funcionário da UNIFEI, um poeta, que disse assim: ‘Das vitórias mais difíceis ficam as recordações mais belas; dos momentos mais felizes, a saudade mais doce’ – José Ivanildo de Almeida. Obrigado Santi pela indicação, Claiton pela organização, obrigado meus queridos Jesus e Nossa Senhora – minha Mãe e Mãe de Deus -, obrigado pela presença de todos e tenham uma boa noite.”
Aliviado por ter concluído o ‘discurso’, dirigi-me para os membros da mesa e passei a cumprimentá-los. De repente, lembrei de outro agradecimento e voltei ao microfone: “Desculpem, mas faltou algo importante: a minha família! Quero agradecer tudo o que recebi da minha mãe, da minha irmã – aqui presentes -, dos meus filhos e da minha esposa – de pequena estatura, mas uma grande mulher! Que Deus lhes pague”.
Puxa vida, quase ocorreu um esquecimento imperdoável! Aliás, outro esquecimento aconteceu: dizer que o Prefeito e a Secretária Leandra têm sido grandes parceiros nas ações sociais da Intecoop. Logo após o evento, pedi perdão ao Dr. Jorge e, agora, agradeço o apoio de ambos.
Eis os dizeres da placa que recebi: “Os poderes Públicos Municipais de Itajubá, no uso de suas atribuições legais e tendo em vista o Decreto Legislativo no 241/10, de autoria do Vereador Antônio Raimundo Santi, conferem ao Exmo. Sr. Professor Paulo Roberto Labegalini o Título de Cidadão Honorário de Itajubá, para o que mandaram expedir o presente diploma.” Se meu pai estivesse vivo ficaria muito orgulhoso do filho, que educou com bons princípios cristãos.
Durante o coquetel, recebi abraços – um deles italiano, do amigo Antonio Consoli – e ouvi comentários diversos elogiando a solenidade. Uma pessoa disse-me que, na leitura do meu currículo, não citaram a mais importante ação que desenvolvo há anos: a minha coluna neste jornal. Concordei porque sei o quanto tem ajudado pessoas que buscam paz nos corações, e disse isto ao engenheiro Mafra lá presente – meu leitor número um! Este artigo é o número 650 em 13 anos ininterruptos.
Se eu fosse citar todos os que me cumprimentaram, não caberia aqui. Minha filha Soraia chegou após dar aulas, o amigo Wlamir precisou sair mais cedo e rezou por mim, outros companheiros estavam ouvindo a palestra do professor Chicão – um cidadão ímpar que me ensinou coisas lindas -, mas, com certeza, todos irmanados no meu lema de vida: servir ao próximo com respeito, humildade e qualidade.
Agora, minha responsabilidade aumentou e peço a Deus que continue ao meu lado.