Cidadãos de 34 países estarão atentos às eleições gerais no Brasil. Distribuídos por vários estados, 132 observadores eleitorais estrangeiros, cadastrados junto ao Tribunal Superior Eleitoral, acompanharão, no dia 3 de outubro, todos os procedimentos da votação. Em Belo Horizonte, o Tribunal Regional Eleitoral de Minas Gerais receberá três delegações estrangeiras, sendo a primeira e a segunda por intermédio do TSE, e a terceira, através de um convênio da Escola Judiciária Eleitoral do TRE-MG com a Comissão Eleitoral Independente do Congo.
Representando o Conselho para a Educação Eleitoral, com sede em Washington-EUA, o Tribunal receberá cinco estudantes doutorandos em Ciência Política da Universidade Islâmica de Assad, em Teerã – Irã. Já o Parlamento do Mercosul enviará a Belo Horizonte sete representantes da Argentina, Uruguai e Paraguai. Entre os representantes congoleses da Comissão Eleitoral Independente encontram-se funcionários ministeriais, secretários técnicos e membros da sociedade civil daquele país africano.
As três delegações de observadores eleitorais acompanharão procedimentos nas seções eleitorais, como a abertura e o encerramento da votação, com a emissão do Boletim de Urna. No TRE, acompanharão os passos da Votação Paralela, através da qual as urnas eletrônicas são auditadas para uma comprovação pública da segurança em relação aos votos. O objetivo é coletar informações sobre os vários aspectos do sistema eleitoral e da vivência democrática brasileira, com vistas ao aprimoramento político-eleitoral de seus países.
O grupo do Parlamento do Mercosul, em Minas Gerais, coordenado pelo parlamentar argentino Ruperto Eduardo Godoy, é composto pelos parlamentares Arturo Vera (Argentina); Carlos Ricardo Varela Nestier (Uruguai); Federico Gonzalez Quintana e Zacarias Ernesto Vera Cardenas (Paraguai), e pelos assessores parlamentares Marcial Romero e Stella Maris, ambos argentinos.
Já a delegação do Congo é composta por Bungu Bechir (secretário técnico nacional do Escritório Nacional de Operações da CEI), Richard Ilunga Ntumba, conselheiro do Ministério do Interior, e por Om Okoko Asamato e Jean-Baptiste Ndundu, representantes da sociedade civil congolesa.
Educação Eleitoral
Os cinco estudantes do Curso de Doutorado em Ciência Política da Universidade Islâmica de Assad, participantes do Programa de Desenvolvimento Eleitoral do Oriente Médio, pretendem se aprofundar um pouco mais no conhecimento dos sistemas eleitoral e político brasileiro. Viajando sob o patrocínio da Creative Associates International, entidade ligada ao Conselho Internacional para Educação Eleitoral, com sede em Washington, nos Estados Unidos, eles também cumprem uma agenda específica elaborada pelo Departamento de Ciência Política da Universidade Federal de Minas Gerais, que inclui, além do TRE-MG, visitas à Assembléia Legislativa.
Pela segunda vez neste ano, a Justiça Eleitoral atua em parceria com a Creative Associates International. Em maio deste ano, o Tribunal Superior Eleitoral recebeu, em Brasília, sete alunos da Universidade Islâmica de Teerã, para um pequeno curso sobre o Sistema Eleitoral Brasileiro. Desta vez, porém, divididos em três grupos, os doutorandos em Ciência Política participarão de atividades da Justiça Eleitoral nos estados de Minas Gerais, Bahia e Rio Grande do Sul.
Segundo o coordenador do programa da Creative Associates International junto ao Tribunal Superior Eleitoral, professor Miguel Carter, da American University de Washington-EUA, o sistema eleitoral brasileiro tem despertado a atenção de muitos países, dentre eles os do Oriente Médio. “Nas experiências anteriores, os estudantes dos países do Oriente Médio foram levados a conhecer os sistemas eleitorais europeus e norte-americanos, mas o Brasil, que naturalmente desperta uma simpatia especial nos países do Médio Oriente, tem se destacado mundialmente por seu sistema eletrônico de votação e também pela lisura, transparência e confiabilidade de todo o processo eleitoral. O fato de a organização e realização das eleições estar sob o comando do Poder Judiciário também provoca grande admiração no exterior, em particular, entre as pessoas que estudam os sistemas eleitorais nos outros países” – observou Carter.
Fonte: TRE-MG