“Os fariseus fizeram um plano para apanhar Jesus em alguma palavra. Então mandaram os seus discípulos, junto com alguns do partido de Herodes, para dizerem a Jesus: ‘Mestre, sabemos que és verdadeiro e que, de fato, ensinas o caminho de Deus. Não te deixas influenciar pela opinião dos outros, pois não julgas um homem pelas aparências. Dize-nos, pois, o que pensas: É lícito ou não pagar imposto a César?’
Jesus percebeu a maldade deles e disse: ‘Hipócritas! Por que me preparais uma armadilha? Mostrai-me a moeda do imposto!’ Trouxeram-lhe então a moeda e Jesus disse: ‘De quem é a figura e a inscrição desta moeda?’ Eles responderam: ‘De César’. Jesus então lhes disse: ‘Dai pois a César o que é de César e a Deus o que é de Deus’.”
Como se vê, a pergunta feita a Jesus era de extrema gravidade, pois envolvia um dilema, do qual acreditavam que Ele não poderia sair: se dissesse que não deviam pagar o imposto, acusá-lo-iam a Pôncio Pilatos; se dissesse que devia ser pago, desagradaria o povo de Israel. A questão era embaraçosa de todos os pontos de vista, mas a sabedoria Divina na resposta desconcertou os fariseus – que nem ao menos replicaram.
No segundo fato bíblico que vou citar, a pergunta capciosa foi apresentada a propósito por Jesus: (Lc 14, 1-6)
“Aconteceu que, num dia de sábado, Jesus foi comer na casa de um dos chefes dos fariseus. E eles o observavam. Diante de Jesus, havia um hidrópico. Tomando a palavra, Jesus falou aos mestres da lei e aos fariseus: ‘A lei permite curar em dia de sábado ou não?’ Mas eles ficaram em silêncio. Então Jesus tomou o homem pela mão, curou-o e despediu-o. Depois lhes disse: ‘Se algum de vós tem um filho ou um boi que caiu num poço, não o tira logo, mesmo em dia de sábado?’ E eles não foram capazes de responder a isso.”
Portanto, ler diariamente um trecho da Sagrada Escritura é importante, mas isto pouco adianta àquele que não vive o seu conteúdo de coração aberto. Seguir Jesus é usar de muita sabedoria na observância da Lei, procurando sempre promover a vida plena e eterna para todos. Quem tem em mente a prática do bem e caminha em comunhão com o Espírito Santo, não se torna escravo da hipocrisia religiosa, não é mesmo?
Alguns fariseus foram exemplos de que Deus não escolhe os mais capacitados para serví-Lo, mas capacita os escolhidos. E, ainda hoje, os escolhidos são aqueles que respondem ‘sim’ ao chamado e se oferecem para servir com humildade.