Já conheci técnicos de futebol em que a torcida aguardava com ansiedade e confiança a conversa e alterações dentro do vestiário durante o intervalo do jogo, pois sua equipe sempre voltava diferente com ou sem alterações de jogadores. Técnicos que faziam uma boa leitura do jogo, identificavam oportunidades e arriscavam estratégias de jogo com ousadia e inteligência. Era o caso por exemplo dos técnicos Carlinhos e também Claudio Coutinho que foram do Flamengo. Atualmente isto não é comum, mas até observei um pouco disso quando o Técnico Dorival Júnior passou pelo Flamengo.
O atual técnico do Flamengo Zé Ricardo é um jovem e promissor nesta difícil função. Deu uma arrumada no time, conseguindo algo que vários técnicos anteriores estavam com dificuldades (inclusive o experiente Muricy Ramalho). Atualmente o time do Flamengo consegue ser envolvente, sai jogando utilizando bem as laterais e tem conseguido a transposição da defesa para o ataque com grande volume de troca de passes até chegar na intermediária adversária. Prova disso é o maior volume de posse de bola em relação aos seus adversários. Tudo isto sempre no primeiro tempo, pois após o mergulho nos vestiários, o time mergulha também no desempenho em campo.
O que se viu no jogo do Flamengo ontem, foi mais uma vez dois times: um do primeiro tempo que enche a torcida de confiança e outro no segundo que só revolta e desespera.
Preparação física?
Não acredito, pois atualmente o Flamengo possui o centro de excelência em performance onde está equipado não somente com sofisticados aparelhos, mas também com uma equipe de profissionais dedicados ao desempenho físico dos jogadores em campo.
Falta de liderança em campo?
Com certeza não somente em campo, mas também fora dele.
Com isto, estou me convencendo que o bom técnico se conhece principalmente pela sua atuação nos vestiários e o consequente desempenho no segundo tempo.
Pelo menos essa é a minha opinião!
Fonte: Conexão Itajubá / Panorama FM