No ano passado, vi duas pessoas ‘tirando par ou ímpar’ na televisão e fiquei pensando: ‘Há quanto tempo eu não faço isso! Nem me lembro mais quando foi a última vez!’. E realmente ocorreu há tanto tempo que até hoje não consegui precisar; mas, embora isso não seja importante, outras conclusões advêm dessa lembrança.
Eu costumava disputar parceiros no ‘par ou ímpar’ quando jogava futebol, ou sentava à mesa para partidas de baralho, ou discutia a respeito de quem faria primeiro alguma tarefa chata etc. Muitas dessas atividades eram prazerosas e até deixaram saudades, mas nada disso continua fazendo parte da minha vida; portanto, acabaram-se as disputas e as dúvidas!
É bem verdade que, na minha idade, já não pratico alguns tipos de esporte, mas, independente disso, mudei meus hábitos porque tomei plena consciência da missão que Deus me deu na Terra. E repito: ‘acabaram-se as disputas e as dúvidas’; contudo, em muitos outros casos, eu gostaria de ver pessoas tomando decisões na sorte, como esta:
Minha mãe me contou que um dia, ao sair da igreja, viu uma senhora apoiando-se numa bengala. Como já a conhecia e sabia do problema que tinha nas pernas, dirigiu-se a um outro conhecido que estava dando partida no carro e lhe pediu carona. Ele, simplesmente disse: ‘não posso’.
Minha fervorosa mãe, achando que não fora clara na colocação, explicou que o favor era para a senhora que mal podia andar! Ele, indiferente, novamente respondeu que não iria levá-la porque tinha outras coisas a fazer naquele momento. Surpresa e indignada, ela agradeceu e conseguiu outro veículo.
Quando eu soube do fato, quase não acreditei, mas ainda perguntei: ‘O trajeto de carro era apenas de dois minutos, como estou imaginando?’. Sim, era só isso mesmo e, mesmo assim, foi negado! Que absurdo, não? Se pelo menos eles tirassem ‘par ou ímpar’, quem sabe aquele senhor teria a chance de fazer uma caridade naquele dia!
Bem, sou obrigado a retirar o que escrevi, porque caridade se faz por amor e não na sorte. Também preciso completar algumas informações a você, jovem: o dono daquele carro nunca vai à igreja rezar e, embora tenha posses, não abre mão de nenhum centavo aos pobres. Sabendo disso, a indignação se torna menor, concorda? Só me resta desejar que Deus tenha piedade de sua alma e lhe conceda muito mais misericórdia do que merece.
E para finalizar, leia esta história:
Um viajante sentou debaixo da árvore-do-desejo e pensou: ‘Estou com muita fome’. Imediatamente apareceu comida flutuando no ar! Então, imaginou uma taça de vinho e uma garrafa também surgiu em sua mão. Voltou a pensar: ‘Vou comer logo porque daqui a pouco é capaz de chegar uma porção de gente invejosa e acabar com o meu barato’. De repente, avistou uma multidão vindo em sua direção e disse aterrorizado: ‘Irão me assassinar!’.
Bem, o que aconteceu com ele nem é preciso dizer; mas lembre-se da história apenas para ter consciência que, um dia, os nossos pensamentos irão nos colocar no Céu ou no Inferno – e isso não tem nada a ver com sorte! Se sua mente buscar os ensinamentos Divinos e os guardar no coração, o desejo de chegar no Paraíso também irá se tornar realidade – sem precisar tirar par ou ímpar com ninguém!