Em artigo divulgado nesta quarta-feira (5), o Programa das Nações Unidas para o Desenvolvimento (PNUD) ressaltou o Bussiness Call to Action (BCtA), iniciativa resultante de nove organizações sem fins lucrativos – dentre elas o PNUD – para alcançar os Objetivos de Desenvolvimento do Milênio (ODM) por meio de negócios inclusivos. O BCtA atua na identificação das propostas inovadoras das empresas que possam contribuir com as metas dos ODM e ajuda a impulsionar estes empreendimentos.
Segundo o PNUD, as empresas que incorporam suas atividades ao BCtA passam a fazer parte de uma rede global de conhecimentos e consultorias sobre as práticas de referência em negócios inclusivos e sustentáveis. A estrutura do BCtA proporciona suporte às empresas desde o desenvolvimento da iniciativa até a divulgação dos resultados.
De acordo com a agência, o atual processo de desenvolvimento do Brasil propicia ao setor privado novas oportunidades de investimento em ações responsáveis, visando a inclusão das camadas populares em suas cadeias produtivas. Inseridas neste cenário, quatro empresas nacionais já fazem parte do projeto: Natura e Sorridents se uniram ao Grupo Orsa e ao Itaú/Unibanco. O BCtA conta atualmente com uma rede de 63 empresas pelo mundo – o objetivo é chegar a 150 até 2015.
Como parte de seu compromisso com o BCtA, a Natura instalará, ao longo dos próximos três anos, um programa especializado de treinamentos para suas quase 75 mil consultoras no México, com foco na melhora de habilidades para negócios e do autodesenvolvimento, além do empoderamento das mulheres mexicanas. Já a franquia de clínicas odontológicas Sorridents irá levar atendimentos odontológicos de alta qualidade a cerca de 1 milhão de pessoas em áreas de baixa renda do Brasil.
O consultor do PNUD e representante do BCtA no Brasil, Gustavo Pimentel, lembrou que o projeto busca formar negócios inclusivos, quando é desenvolvido um produto ou serviço que tenha um impacto no desenvolvimento, principalmente para as populações de baixa renda e vulneráveis ou que inclua essas populações na cadeia de valor. Segundo Pimentel, quando a inclusão é transferida da atuação filantrópica das empresas e inserida dentro do negócio delas, essas iniciativas ganham um volume de investimentos muito superior.
Pimentel lembrou que, até 2020, as organizações que têm compromisso com o BCtA estão comprometidas a incluir 57 milhões de pessoas ao acesso a serviços financeiros; melhorar as condições de saúde de 50 milhões de pessoas; prover acesso a energia de qualidade para 90 milhões e acesso a água para 1 milhão de pessoas. O projeto também vai dar apoio ao empoderamento das mulheres, cerca de 1 milhão de mulheres serão beneficiadas por compromissos relacionados ao BCtA.
O consultor do PNUD ressaltou que poucas empresas brasileiras estão no programa porque o recrutamento de participantes no país começou há menos tempo, mas várias companhias estão interessadas, já em processo de inscrever as suas candidaturas. Ele lembrou que qualquer empresa pode participar, mas esta deve cumprir os princípios do Pacto Global e estar de acordo com a legislação dos países onde operam e por isso é feita uma auditoria neste sentido.
Fonte: ONU Brasil