Uma senhora idosa caminhava tarde da noite pela rua, quando foi abordada por um motoqueiro armado:
– Passe a bolsa, rápido!
– Eu não carrego dinheiro comigo. Deixe-me mostrar a você o que estou levando.
– Nada disso, vovó. Jogue logo a bolsa.
– Meu filho, se for levar o tesouro que tenho aqui, prometa-me que vai cuidar bem dele.
– Cale essa boca senão vou atirar.
A senhora, então, entregou-lhe a bolsa preta – que mais parecia uma sacola. O rapaz puxou o zíper e retirou uma imagem da Mãe Peregrina – três vezes admirável! Olhando para o quadro, ele falou:
– O que é isso?
– É o retrato da nossa Mãe! Nossa Senhora também é a Mãe de Deus e ama muito você!
– Como sabe disso?
– Sei porque ela é a criatura mais pura que Deus pôs na Terra. Nunca pecou e suportou os mais terríveis sofrimentos sem perder a fé. Hoje, ela só nos ajuda!
O jovem soltou a embreagem e a moto apagou. Emocionado e com os olhos fixos no rosto maravilhoso da Mãe Rainha, ele começou a chorar. De repente, apertou a imagem no peito e disse soluçando:
– O que é que eu estou fazendo aqui, meu Deus?
– Você está sendo tocado pela Virgem Maria – disse-lhe a senhora. – Olhe de novo para ela e veja que o Menino Jesus está no seu colo. Ela quer entregá-lo a você! Pode pegar!
Nesse momento, algumas pessoas que passavam pelo local ameaçaram parar, mas a devota da Mãe Peregrina já havia percebido que a arma era de brinquedo e deu sinal para que continuassem andando. O rapaz arrependido, ligou a moto, beijou a imagem e, antes de partir, devolveu o quadro com a arma de plástico em cima, dizendo:
– Por favor, jogue este revólver fora e peça desculpas a Nossa Senhora por mim.
– Ela já perdoou você, meu filho. Vá com Deus!
Ele se foi e a vovó seguiu seu caminho chorando e pensando: ‘Tenho mais duas graças para contar nos encontros que participo. Só mesmo a Virgem Maria pode proteger, ao mesmo tempo, o justo e o pecador. Nem eu fui assaltada e nem ele continuará nessa vida de pecados – tenho certeza disso!’
Coisas assim acontecem todos os dias e são fáceis de perceber quando damos importância à evangelização. Quem evangeliza e quem aceita ser evangelizado, recebe graças a todo momento e se livra de perigos que nem imagina! Só não acredita nisso quem está com a fé completamente adormecida no coração e se desvia dos caminhos certos que levam ao Céu.
Imagine você, leitor(a), se não tivesse rezado o quanto já rezou até hoje, como seria sua vida? Teria ‘se curado’ das doenças que já teve? Teria se libertado das tentações que sofreu? Teria esperança de salvação? Como já disse algumas vezes, o maior milagre que recebemos de Deus é o perdão. Quem não reza e nem pede perdão, pode até achar que vive bem, mas, como sabemos pela fé, a condenação virá. Também por isso é que minhas últimas palavras na oração da noite são estas:
“Jesus, me abençoe, me renove, me liberte, me perdoe, me cure e me salve. Coração Divino de Jesus, providenciai também graças a todas as intenções que mantenho escritas no meu oratório. Obrigado por tudo, eu vos adoro, boa noite Senhor!”
Tento explicar àqueles que converso que ‘se Deus nos ama, somos capazes de amar’. E para que esse amor seja sincero e responsável, precisamos caminhar nas estradas de Jesus: rezando, perdoando, evangelizando, servindo com humildade e, principalmente, nunca enterrando os dons que Ele nos deu. Portanto, acredito fazer a minha parte para que muitas pessoas não venham a ser assaltantes ou assaltadas.
Se trilharmos caminhos certos, nossos filhos e netos também terão no que se apoiar. Jesus foi na frente e, agora, motivamos outros a seguirem os seus passos. Se a cruz for o nosso destino, que tenhamos dignidade para suportar a dor, mas, ao mesmo tempo, temos que manter a fé e a esperança em dias melhores. E isso só faz sentido se lutarmos pelos mesmos direitos para todos, abrindo passagem para o caminho da salvação.
Ø Paulo R. Labegalini
Cursilhista e Ovisista. Vicentino em Itajubá. Engenheiro civil e professor doutor do Instituto Federal Sul de Minas (Pouso Alegre – MG).